O Brasil, felizmente, não sofre muito (ou nada) com as grandes catástrofes naturais, como furacões, tufões, tsunamis ou terremotos, que arrasam alguns outros países devastando uma enorme parte da população de uma só vez.
No entanto, o Brasil sofre de uma doença de longo curso, que também mata uma enorme parte da população, só que aos poucos e, também por isso, não é assumida e tratada com o cuidado necessário. Silenciosa e lentamente, ela consome a energia, a saúde e os recursos financeiros de cada habitante do país, e se espalha causando sofrimento e dor direta ou indireta em todos os indivíduos da nação, e, sendo doença de longo prazo e contagiosa, seus sintomas acometerão em algum momento mesmo aqueles que se acreditam imunes à ela.
A cura coletiva é possível, mas o tratamento é individual e realizado com total comprometimento dos enfermos, e só ocorre a partir do reconhecimento da doença bem como sua aceitação por parte do indivíduo doente, mas, se por um lado a cura é possível, por outro a gravidade desta moléstia aumenta muito quando ela vem acompanhada de um outro mal que (ainda não se sabe bem) tanto pode ter sido gerado por ela, quanto pode ela mesma o ter gerado. O ideal, então, é que tanto uma quanto a outra doença - a corrupção e a impunidade - sejam combatidas o quanto antes e por cada um, pelo bem deste nosso querido, mas enfermo, Brasil.