31 de out. de 2010

A terceira chance


Para Dilma, a presidente eleita do Brasil neste 31 de outubro, é uma oportunidade de entrar para a história do país, não somente por se tornar a primeira mulher no cargo mas, principalmente, para dar (ou manter) à nação o rumo que os brasileiros esperam. Para todos os brasileiros, e não somente para alguns privilegiados que não se importam em saber se outros podem ou não ter pão à mesa para alimentar seus filhos.
Se ela aproveitar bem esta oportunidade, pode vir a merecer uma segunda chance, já que a legislação o permite.

Para o PT, seu partido, esta é a terceira chance. Já teve a segunda, com a reeleição de Lula; mas se desprezar os erros do passado recente - alvo de tantas críticas tanto da oposição quanto de seus aliados - corre o risco de passar para a história como a maior decepção política dos últimos tempos. Ocupar o poder por tanto tempo, promovendo crescimento aquém do anunciado (e esperado pelo povo), deslumbrando seus integrantes e favorecendo novos e maiores escândalos de corrupção, não só não credenciará o partido para eleger um próximo governante-mor, como o enfraquecerá diante de seus eleitores, e uma queda será inevitável.

Desejo (acho que todos nós desejamos, né?) sucesso para os vencedores nesta eleição, e que honrem seus mandatos. Ou, como aprendi, no blog de uma querida amiga: "Recte Rempublican Gerere" (inscrição em latim, na bandeira do estado do Rio de Raneiro,  que significa "Gerir a coisa pública com retidão").

26 de out. de 2010

O uso da questão do aborto como trampolim eleitoral

Creio que ninguém pode dispor da vida (corpo) de outra pessoa sem permissão desta.
Alguns consideram que o embrião/feto já é uma vida (corpo) em formação; e como ele não consegue expressar se autoriza ou não sua própria extinção, não deve ser retirado.
Já aqueles que não pensam, ou não concordam que a vida do embrião/feto já está iniciada, acham natural que haja a opção pelo aborto.
É mais uma questão de ótica (filosófica) do que de religião, moral ou científica. As regras de uns não se aplicam aos outros. Neste caso, também não se pode impor a outra pessoa que ela siga um determinado sistema filosófico, religioso, moral ou científico.
A única certeza é que, independente do motivo pelo qual se procure o aborto, ele continuará sendo solução para muita gente, sendo ou não legalizado. Não há como um poder terreno impor a alguém que o faça ou que deixe de fazê-lo. O agravante é que, não sendo legalizado, ele é feito em clínicas e por profissionais que não passam por qualquer tipo de controle e fiscalização; é inevitável para as mulheres a exposição aos riscos de contaminação e/ou de morte, neste lugares.
Mais eficiente seria a educação de uma forma geral, mostrando ao indivíduo o que ele pode fazer por si mesmo na sociedade, despertando-lhe para as responsabilidades e consequências que lhe cabem.

A opinião acima busca ser isenta; a discussão é saudável e necessária, principalmente quando o tema vira foco de uma disputa eleitoral em que um candidato se diz "do bem", apregoando ao seu adversário o rótulo "do mal", baseado na falta de interesse em se discutir o assunto mais profundamente com o adversário e, por conseguinte, com a própria sociedade.

E, antes que chovam críticas, adianto que sou contra o aborto.

22 de out. de 2010

Porque o Brasil não merece o Zé.

1) Sua saúde é muito frágil para "aguentar o tranco". Se o candidato vai parar no hospital pela força do impacto de uma bolinha de papel ou de um pequeno rolo de fita durex, não tem o vigor necessário para cuidar do País, caso torne-se presidente.

2) Sendo questionável a gravidade física do episódio acima, teria havido uma simulação com o intuito de iludir a opinião pública. Se ele tiver sido capaz de montar ou de participar de uma farsa deste tipo, do que será capaz como presidente?

3) Obviamente, toda agressividade voltada contra seres vivos é lamentável e condenável, como a que foi sofrida por José Serra durante confronto entre militantes de sua campanha e da campanha de sua adversária. Porém se houve confronto, a agressividade feita ou sofrida atingiu a ambos os grupos; como o candidato estava em um deles e - pressupõe-se - não agrediu fisicamente a ninguém, achou-se no direito de se dizer vítima ao ser atingido por objetos de pesos e tamanhos insignificantes.

Ao explorar o fato de ter sido atingido, dando-lhe exagerada dimensão e buscando reverter a disputa a seu favor, o candidato tucano deu mais uma mostra de seu egocentrismo. Se várias pessoas se envolveram num pancadaria, ele desqualificou possíveis ferimentos de seus próprios companheiros de chapa, já que o mais grave foi a contusão provocada pela "bolada" de papel ou rolo de Durex.
Durante sua propaganda, ele diz "Criei" isto, "Fiz" aquilo em diversas ocasiões, dando a entender que nunca precisou de ninguém para suas realizações, o que não corresponde à realidade. Caso eleito dirá, dentro de algum tempo: Fiz a Copa de 2014 e trouxe os Jogos Olímpicos para o Brasil. Verdade ou mentira, importa é que ele não divide os louros da vitória com quem quer que seja. E não dividirá com o povo brasileiro.

Será Zé um craque da bolinha?

Será Zé um craque da bolinha de papel?

Zé simula um pênalty, e tenta jogar a torcida contra o árbitro.
Ele merece um cartão, amarelo, vermelho ou verde? Você decide.

Criou-se outro monstro?

12 de out. de 2010

Pérola (mesmo) Socrática

"No mundo inteligível, a idéia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública."

Sócrates
(o filósofo, e não o ex-jogador de futebol!) 


Ou voltamos para o fundo da caverna agora, ou continuamos a procurar a luz que nos cabe.

9 de out. de 2010

Toda a verdade sobre a regulamentação na internet

Antes que digam que sou Lulista, Petista, Dilmista ou coisa parecida, sou apenas a favor de oportunidades iguais para todos (e isso inclui os bem mais pobres que eu); coincidentemente, os governos anteriores ao atual prometeram muito, mas fizeram muito pouco neste sentido.

Provavelmente, você foi atraído pelo título da postagem. Eu o manipulei. Poderia te-lo escrito sem as palavras "Toda" e "verdade", mas perderia a ênfase que eu queria dar ao assunto, e ninguém viria até aqui para ler este texto. A mídia faz isso com a gente o tempo todo, mas a maioria das pessoas nem percebe o que, ou como, está sendo informado.

Fui atraído para uma charge (em 09/10/10), em um grande portal, intitulada "Regulamentação na web". Para ver a charge, tinha que entrar na página; cliquei e deparei-me com o conteúdo a seguir:

“Governo estrutura a regulamentação da net”

A charge, sob este título, mostra o presidente Lula apresentando o que seria a "versão Beta" da tal regulamentação: uma marreta. Acho que não preciso comentar o significado.

Ou o cartunista está mal informado sobre o assunto, ou está a serviço da manipulação da verdade; sendo esta segunda opção, resta saber se o grande portal onde publica suas charges compactua com este pensamento ou não (e isto seria, do mesmo modo, falta de informação de seus editores/proprietários).
Para entender como pensa realmente o governo (Lula) é necessário que se leia ou ouça (e não apenas "Veja") o que ele diz.
É fácil encontrar na web – é só buscar/pesquisar - notícias sobre o assunto; leiam e tirem suas próprias conclusões, não com imparcialidade*, mas com alguma isenção.
O portal Terra Brasil de 23 setembro (2010) tem uma entrevista com Lula, onde ele explica esta questão, para quem quiser entender; e ela não se restringe à Internet, mas abrange a mídia de uma forma geral. Alguns trechos:

"Se existir uma idéia, ela será discutida pelo próximo governo. Pelos próximos governos. Ela será decidida pelo Congresso Nacional , porque é impossível você imaginar fazer uma coisa que discuta comunicação se você não passar pelo Congresso."
"No Brasil, a imprensa deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada".

(o grifo foi por minha conta; pagamos por informações que podem não ser confiáveis)

“Agora, a verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse País. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais...”

“... muita gente não gostou quando, no governo, nós pegamos o dinheiro da publicidade e dividimos para o Brasil inteiro. Hoje, o jornalzinho do interior recebe uma parcela da publicidade do governo. Nós fazemos propaganda regional e a televisão regional recebe um pouco de dinheiro do governo. Quando nós distribuímos o dinheiro da cultura, por que só o eixo Rio-São Paulo e não Roraima, e não o Amazonas, e não o Pernambuco, e não o Ceará receber um pouquinho? Então, os homens da Casa Grande não gostam que isso aconteça.”

O recado está dado.

(*) Heródoto Barbeiro, em entrevista à MTV, disse que não é um jornalista imparcial, já que todo mundo tem suas preferências políticas, futebolísticas etc.; mas que procura fazer seu trabalho com a isenção necessária.

8 de out. de 2010

Eleições 2010: Afinal, quem foi - ou é - terrorista?

Tenho recebido e-mails aterrorizantes (terror, terroristas... hummm. Isso não é coisa de comunistas?) sobre o que será do Brasil  se Dilma for eleita presidente. Não gosto de Serra (nem de Dilma), nem vou votar nele, mas não recuso msgs de amigos, e se pudesse escolher, receberia com mais simpatia as propostas do candidato tucano, em vez de acusações dele contra a outra candidata. Este comportamento me assusta mais que qualquer outro, e é típico de quem depois chamará aposentados e outros contribuintes de vagabundos. Nada, a não ser a busca ensandecida por poder e dinheiro, justifica a baixaria em que se tranformou esta campanha tucana.
Daí veio a inspiração para o que escrevo a seguir.

Com o tempo percebi que os meios de comunicação é que elegem ou derrubam candidatos - presidentes, governadores ou prefeitos. Se orientarmos nossos pensamentos e ações (= votos) por eles, sejam de centro, esquerda ou direita, estaremos apenas atendendo às ambições de um ou outro dono de grupo de comunicação. Em outras palavras, vence aquele que tiver a melhor campanha de marketing.
Comparativamente, Maradona se auto-intitula melhor do que Pelé (mas sua carreira mostra que ele ainda fica devendo à Romário!). Com esse marketing, Dieguito conseguiu ser reconhecido, no mínimo, como o segundo melhor.
Uma mentira repetida muitas vezes, ganha status de verdade (qualquer página sobre boatos que circulam na Internet prova isso).

Serra assume a paternidade de todas as "boas" idéias de que o governo Lula se utiliza, e se diz o mais preparado para governar.
FHC, que tinha em sua história um exílio político, era formado na Sorbonne e pertence aos quadros da ABL, não fez com que o Brasil avançasse (a não ser para os mais ricos). E tinha preparo.
Dilma será uma déspota, a serviço do maquiavélico PT. Calará  a imprensa, fará o diabo.
Lula também o faria e, semianalfabeto, mostrou um país um pouquinho melhor para a população mais pobre. Sem falar na crise internacional que, nas palavras e "nas mãos" dele, foi uma marolinha, lhe dando prestígio internacional.
A propaganda da ditadura militar fazia a população temer os comunistas, e em nome da defesa nacional, barbarizava qualquer brasileiro que se atrevesse a falar em liberdade.
Como bom observador, vejo que se um governo não afeta sua vida negativamente, ele é neutro ou bom. Se afeta, é ruim. Collor não afetou diretamente a vida de minha família (a não ser do ponto de vista da ética), mas desgraçou a vida de muita gente com seu plano econômico. Não perdi dinheiro com ele; então, foi neutro.

Há muitas verdades, certamente. Mas estamos cercados de mentiras, e tomar partido de qualquer uma delas, significa atender apenas aos interesses daqueles que não estão comprometidos com o ideal de nação mas, sim, com seus ideais particulares de poder e fortuna. Significa que somos apenas marionetes neste teatrinho dos poderosos. Por isso não lhes interessa reforma política, aprovação de ficha limpa imediata, voto facultativo, tempo igual para todos na propaganda do rádio e da tv. Por isso não interessa um povo instruído e educado: quanto menos o povo pensa, melhor para eles. Por isso qualquer candidato de partido que se diga socialista ou comunista, que prega o não pagamento da dívida externa para resolvermos problemas internos urgentes, é ridicularizado ou chamado de louco pela mídia. Mas desviar dinheiro público e  aumentar os próprios salários e benefícios, como nossos parlamentares o fazem, não é loucura (embora não resolva os problemas internos como a saúde, a habitação e o saneamento básico). 
FHCs, Serras, Lulas ou Dilmas não são eleitos por suas qualidades, mas pelas qualidades que somos levados a acreditar que possuem, e isso fica registrado por um bom tempo em nossa mente. Por isso candidatos reconhecidamente "escandalosos" conseguem, ainda, votações tão expressivas.

Boa parte do povo comemora a vitória de seus candidatos, mas o máximo que vai receber é o pão e o circo de sempre, e mais alguma esmola qualquer - agora chamada de "bolsa" ou de uma sigla qualquer. Mas quem comemora pra valer são as grandes famílias que planejam e comandam este espetáculo com mais competência, mesmo que, agora, não vençam: amanhã será outro dia, mas o estoque de caviar e champagne estará garantido até lá.

É muito difícil para qualquer cidadão que trabalha e não tem tempo para pesquisar a vida alheia, saber o que é verdade e mentira de seus candidatos, principalmente diante de tanta manipulação nos meios de comunicação. Por exemplo, Dilma e Serra são feios e antipáticos, a meu ver, mas aparecem bem melhores diante das câmeras; conforme a conveniência de determinado jornal, podem aparecer sorrindo ou bocejando.
Muita gente vive alguma mentira dentro de um próprio lar, com a própria família, e nunca descobre, ou faz vista grossa. Como saber a verdade sobre um político que só vemos na imprensa; com quem não convivemos?

Eu consegui recusar as grandes mentiras (ou serão verdades?) no primeiro turno, mas para este segundo, terei de escolher (já escolhi) a contragosto.

Não sei quem disse isso, mas "é preferível recusar uma verdade do que aceitar dez mentiras". O bom senso pode ajudar um pouco nessa tarefa. Certeza? Quem sabe, o tempo dirá?

Fonte do link : Portal Terra

4 de out. de 2010