26 de out. de 2010

O uso da questão do aborto como trampolim eleitoral

Creio que ninguém pode dispor da vida (corpo) de outra pessoa sem permissão desta.
Alguns consideram que o embrião/feto já é uma vida (corpo) em formação; e como ele não consegue expressar se autoriza ou não sua própria extinção, não deve ser retirado.
Já aqueles que não pensam, ou não concordam que a vida do embrião/feto já está iniciada, acham natural que haja a opção pelo aborto.
É mais uma questão de ótica (filosófica) do que de religião, moral ou científica. As regras de uns não se aplicam aos outros. Neste caso, também não se pode impor a outra pessoa que ela siga um determinado sistema filosófico, religioso, moral ou científico.
A única certeza é que, independente do motivo pelo qual se procure o aborto, ele continuará sendo solução para muita gente, sendo ou não legalizado. Não há como um poder terreno impor a alguém que o faça ou que deixe de fazê-lo. O agravante é que, não sendo legalizado, ele é feito em clínicas e por profissionais que não passam por qualquer tipo de controle e fiscalização; é inevitável para as mulheres a exposição aos riscos de contaminação e/ou de morte, neste lugares.
Mais eficiente seria a educação de uma forma geral, mostrando ao indivíduo o que ele pode fazer por si mesmo na sociedade, despertando-lhe para as responsabilidades e consequências que lhe cabem.

A opinião acima busca ser isenta; a discussão é saudável e necessária, principalmente quando o tema vira foco de uma disputa eleitoral em que um candidato se diz "do bem", apregoando ao seu adversário o rótulo "do mal", baseado na falta de interesse em se discutir o assunto mais profundamente com o adversário e, por conseguinte, com a própria sociedade.

E, antes que chovam críticas, adianto que sou contra o aborto.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Edu,
    achei muito sensível a forma como vc conduziu a questão, que tanta polêmica causa.
    Do ponto de vista jurídico, defende-se o aborto como um direito da mulher, pois, para o Direito, a vida se inicia com o nascimento (entenda-se, com o bebê respirando pela primeira vez) e termina com a cessação da atividade cerebral.
    O problema maior é que há uma enorme manifestação da Igreja contra o aborto, o que, inclusive, gerou bastante polêmica no STF, pois defendem que se Deus deu a vida, apenas Ele poderia tirá-la. Mas isso gera outros entraves, como, por exemplo, a questão da fecundação in vitro e a utilização dos óvulos fecundados.
    Vc tem total razão em sua abordagem: é uma delicada questão de ponto de vista...
    E, que vergonha! Esse não deveria ser um tópico a ser utilizado para "fins eleitoreiros"...
    Que tal se os candidatos aproveitassem o tempo que lhes resta de campanha para discutir suas plataformas políticas?

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  3. Pois é Ju, ainda tem a visão jurídica...
    E a Igreja (com todo meu respeito aos católicos) também sempre se coloca como "a" religião...

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