29 de jun. de 2011

Corpo de Amin Khader foi encontrado correndo na praia

Emissora de TV mais uma vez imita a principal concorrente, ao incorporar à sua programação um lema de extinto programa humorístico desta última: "Jornalismo mentira, humorismo verdade".

Ao noticiar a morte do humorista Amin Khader  - desmentida horas depois pelo próprio Amin, na emissora - sem qualquer apuração do fato em seus principais programas matinais, deixa ao público a dúvida: Quem lançou o boato, e por que motivo? David Brazil foi apontado como o divulgador da pegadinha, e apontou uma sobrinha de Amin como a autora. Isso ainda vai dar "pano pra manga" nas revistas e sites 'especializados'. Colegas de Amin choravam a morte do humorista, promoter e repórter nos programas, transmitidos ao vivo.

Mas, numa análise mais profunda, cabe questionar:
Até que ponto este boato afeta a credibilidade da emissora, de seus programas jornalísticos e de seus repórteres e apresentadores?
Teria sido uma estratégia de marketing empresarial (vale tudo pela audiência!) ou pessoal (do próprio Amin ou de david Brazil)?

Lamento, mas não tenho estas respostas.

Posso afirmar, no entanto, quem sairia perdendo:
Os jornalistas envolvidos - principalmente a equipe de reportagem que nao apurou os fatos. Sairia, porque, embora não se possa afirmar que o boato foi uma estratégia de marketing da empresa, provavelmente seus possíveis efeitos negativos serão diluídos em pouquíssimo tempo (o povo tem memória muito curta).

E quem realmente sai perdendo:
A imprensa e os cursos de Jornalismo do país, de um modo geral (ambos já vêm perdendo qualidade, força e importância nos últimos anos). Seus opositores se aproveitam de fatos como este para desacreditar cada vez mais o importante serviço prestado pelos profissionais de comunicação. Todo cuidado, então, é pouco, não só pelo aspecto social, mas pelo financeiro: baixa qualificação e qualidade de serviço implicarão inevitavelmente em salários mais baixos no mercado...

27 de jun. de 2011

"Igreja Católica reconhece comunicação com os espíritos": como não se escreve um título/texto

Recebi por e-mail um artigo intitulado "IGREJA CATÓLICA RECONHECE COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS", muito interessante por sinal, embora o tema não seja novidade para mim.

Encasquetei, no entanto, com esse negócio do 'reconhecimento' da Igreja Católica no título, com a ausência da origem do texto e por não citar nem mesmo o nome do livro que o originou...

Então fui em busca de mais informações, já que o texto não informava a fonte. Encontrei muitas reproduções do mesmo texto, e descobri, primeiro, que o livro existe mesmo:
Livro: Novas Utopias
Autor: Carlos Pereira
Espírito: Dom Hélder Câmara
Reflexões de um Padre depois da morte
Editora: LUMINUS
Páginas: 292.
ISBN: 8598080468
Mas nenhum indício de que a Igreja realmente tivesse reconhecido a comunicação com os espíritos, nem mesmo o espírito da ilustre figura de Dom Helder Câmara. Não vou comentar (até porque não encontrei nada sobre isso também) o aval de um dos citados, Marcelo Barros, ordenado padre por Dom Hélder e, que com ele trabalhou durante quase dez anos como secretário e assessor para assuntos ecumênicos.
Segundo o texto, tendo Marcelo prefaciado o livro em questão, "(...) é como se a Igreja Católica viesse a público reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do fenômeno da comunicação entre vivos e mortos".
Convenhamos, dentro da hierarquia do catolicismo (não sou especialista...), caberia ao Papa, e não a um padre, esse reconhecimento, se realmente tivesse ocorrido.
Quando o texto menciona "é como se", passa uma idéia bastante equivocada ao afirmar algo baseado apenas numa comparação. Aproveitando a comparação: Se o título e o texto do artigo foram escritos por um espírita, é como se seu autor tivesse autoridade para fazer tal afirmação em nome da doutrina espírita, o que não é verdade, mesmo que o Espitirismo não tenha uma hierarquia definida.

Quero crer que tenha havido apenas uma inabilidade do autor com as palavras - coisa paradoxalmente tão comum nestes tempos em que a informação está em todo lado, tão ao alcance dos interessados. Mas desatenções como esta podem dar a falsa idéia de que todos os espíritas são irresponsáveis, ou manipuladores. Essas pessoas existem, mas elas podem estar dentro de qualquer instituição religiosa, sem que com isso sejam porta-vozes das religiões em que atuam. Todo cuidado é pouco na hora de generalizar. Na minha pesquisa, li alguns lamentáveis comentários de intolerantes religiosos. Para eles, qualquer coisa é motivo para atirar a primeira pedra.


Para quem desejar ver um texto que originou esta postagem, propositalmente deixado para o final: http://visaoespiritabr.com.br/jesus/dom-helder-camara-espirito#more-1745

Aqui, um exemplo de repercussão negativa: http://www.servosdocristoredentor.com/portal/?p=611

21 de jun. de 2011

Banco de Alimentos

Taí uma boa idéia, nestes tempos de tanta futilidade e mediocridade!

"O Banco de Alimentos interage como um gerenciador de arrecadação, recepção e distribuição de doações para entidades assistenciais cadastradas."

http://www.bancodealimentosrj.org.br

15 de jun. de 2011

As Cinco Pessoas Que Você Não Encontra No Céu

Dirigentes de futebol

Motoristas dos ônibus da Viação Vera Cruz (RJ), linhas 561 e 562

Advogados (exceto os meus amigos, claro, que são todos pessoas de bem. Caso contrário, não seriam meus amigos!)

Banqueiros

Políticos


...

Sei, sei: a lista tem muito mais tipos. Mas aí o título perderia o sentido, sem contar que provavelmente iria faltar espaço aqui...

14 de jun. de 2011

Um vídeo comovente e inocente. (Mas será inocente mesmo?)



Recebi de um amigo, por e-mail, o vídeo acima, acompanhado do seguinte comentário:
Tudo bem, tudo bem ... eh o sistema, algumas pessoas sao "obrigadas", mas e dai? Orgulho?! Na boa ... xenofobias a parte, isso nao deixa de ser absurdamente CONTRADITORIO! E por isso mesmo despertou em mim, simultaneamente, sentimentos antagonicos. Q droga! Se pelo menos algumas vezes a gente consegue sentir os reais valores da vida, pq sair ... pra tirar a dos outros!? (L)
Penso que filmes ou historinhas assim, apesar de bonitas e comoventes, devem ter avaliadas as verdadeiras intenções com que foram produzidos. No caso específico, vejo como manipulação política: nacionalistas ao extremo, os 'comandantes' norte-americanos se utilizam da guerra para demonstrar poder aos outros povos; os políticos 'estadunidenses', por sua vez, "precisam" justificar isso para seu povo (a indústria da guerra movimenta muitíssimo dinheiro, e muita gente, lá, também se aproveita da situação para faturar um extra, bem parecido com o que acontece aqui no Brasil, onde o foco são as obras públicas) e acentuam através da mídia este sentimento nacionalista com a demonização de figuras como os comunistas, em uma época distante (os ETs não eram tangíveis...), ou como os mais recentes Sadam e Bin Laden, e/ou com filmes como este, que aparentemente inocentes, nada mais fazem que exaltar a vitória - o poderio - dos militares de lá.
No caso de derrota, provavelmente veríamos cenas de pessoas lamentando um familiar que não voltou do combate, dizendo nas entrelinhas: "Vejam como nossos inimigos são maus!".
O efeito seria o mesmo...

O que estou querendo dizer é que chegam até nós, principalmente via Internet, imagens de todo tipo: comoventes, chocantes, inocentes ou revoltantes; mas, na qualidade de seres pensantes, temos o dever de avaliar a possibilidade de haver ou não uma 'segunda' intenção naquilo que estamos presenciando. Não se trata de "procurar chifre em cabeça de cavalo": o convite é, simplesmente, refletir. O bordão "Me engana que eu gosto" faz mais sentido em nossa vida do que imaginamos: fechamos os olhos para  muitas coisas que, na verdade, duvidamos, ou que temos certeza que são mentiras, apenas por comodismo, medo ou qualquer outro motivo. Simplesmente, as aceitamos. A manipulação existe em todo canto, a toda hora, com todo mundo; cada um de nós também manipula alguém (às vezes sem preceber), em algum momento, por algum motivo, por isso não podemos sair por aí "atirando a primeira pedra"; sem contar que nem sempre a razão está do nosso lado...

Esta visão crítica da mídia - e de tudo e de todos, de um modo geral - é uma melhores coisas que o curso de Comunicação Social me proporcionou, ou exacerbou (por vezes, também, é uma das  piores - olhe os sentimentos antagônicos aí!).

5 de jun. de 2011

"Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta?"

Vi esta pegunta na web, e achei engraçada, mas equivocada. O correto seria:
Por que os políticos em Brasília 'trabalham' apenas de terça a quinta-feira, mas recebem salários integrais, altos e ainda reclamam?

2 de jun. de 2011

Juliana, um gato qualquer e a minha insensibilidade

Um atropelamento, seguido de outro. Uma só vítima, um pequeno gato s.r.d. preto. Quem se importa? Os atropeladores? Não, mas Juliana, que não só providencia o socorro, como acompanha o bichano até o hospital, juntamente com uma amiga.
Na minha racionalidade habitual, pensei: é só um gato de rua; no lugar dela, eu deixaria para que alguém mais envolvido com as causas veterinárias o socorresse (desde que não fosse eu o atropelador, claro!).

Para completar, a inexperiência a fez levar o felino para a Policlínica-Escola de Veterinária de uma grande universidade particular, com campus em Vargem Grande, que diz prestar serviço à comunidade, mas cobra como se fosse uma clínica particular qualquer. Inexperiência porque o atendimento poderia ter sido feito em outras entidades por um valor bem menor, como na SUIPA , no  hospital veterinário da UFRRJ ou na Unidade Municipal de Medicina Veterinária da prefeitura carioca. A conta, bastante salgada, aflorou em todos da família o mesmo pensamento: “Se o gato ainda fosse de estimação...”. Querendo ou não, havia o compromisso, cuja não quitação acarretaria num processo movido pela tal universidade (coisa que nem assusta tanto hoje em dia, convenhamos).
Preocupei-me também com o fato de Juliana estar se tornando uma daquelas pessoas que amam excessivamente os animais, a ponto de abrir mão da convivência com a família e os amigos para ficar com os bichos. Respeito quem faça isto, mas como disse, entendo ser um excesso e, como tal, algo patológico e passível de tratamento.

Bem, como disse acima, minha racionalidade limitou minha visão para o que realmente merecia atenção: Juliana, além de ter a coragem de fazer o que a maioria de nós teria evitado fazer, ao socorrer um animal de rua “qualquer”, resolveu honrar sua parte da dívida contraída, mesmo com dificuldade para pagar. Simplificando: ela agiu com o coração, fez o que era ‘certo’, e assumiu as consequências de seu ato. Merece ser qualificada, e não criticada, por isso.

Estou orgulhoso de você, sobrinha querida! Resolvi tornar público o meu respeito e admiração (ainda maiores) por você.

Ah, o "Pretinho" foi operado, já teve alta e até arranjou uma enfermeira para adotá-lo.

A normalidade, para uns e outros... Parte II

Em uma postagem minha de 23/03/2010 intitulada "A normalidade, para uns e outros...", comentei sobre declarações de um goleiro do flamengo - encarcerado tempos depois por acusação de assassinato ou desaparecimento da mãe de seu filho - defendendo um colega que teria agredido a namorada, considerando o fato como normal.

Pois agora, coincidentemente, outro goleiro do mesmo time fez uma outra declaração do tipo. Numa disputa de bola num treino, um dos colegas dele agrediu outro com uma cotovelada no rosto, e o tal goleiro saiu em defesa da atitude violenta:
"...é lance de jogo, pode acontecer no treino. Vão dizer: ‘Ah, o fulano bateu no cicrano’. Não adianta querer criar problema com uma coisa que acontece todo dia. Se realmente bateu, o futebol é um esporte de contato."

Ou eu estou desatualizado com relação às regras do futebol, ou 'esporte de contato' pressupõe e admite agressão injustificada entre colegas de trabalho (o que eu também desconheço). Para mim, isso pode atéacontecer, como realmente acontece, mas não é esporte, e muito menos, futebol.

A continuar assim, o flamengo perderá outro goleiro...

Educação Financeira nas escolas

"Pesquisa: educação financeira aumenta autonomia dos jovens em relação ao dinheiro"
"Os estudantes que têm aulas de educação financeira nas escolas apresentam uma maior autonomia para lidar com o dinheiro, de acordo com uma pesquisa do Banco Mundial, efetuada com alunos de escolas públicas participantes da primeira fase do programa piloto de educação financeira da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira), patrocinado pela BM&F Bovespa."

(Yahoo! Notícias)

Sobre a notícia acima, li alguns comentários bastante equivocados. Um deles defendia que a educação financeira 'começa em casa', e que isso não deveria ser tarefa da escola; o outro, ao contrário, incentivava este ensino, porém defendia a exclusão dos ensinos de português e matemática.

Fatos: os brasileiros cada vez se endividam mais, assim como cada vez mais falam mal e escrevem pior ainda.

Educação começa em casa, sem dúvida, mas quando esta inexiste ou é insuficiente, a escola pode complementar. Obviamente, o aluno - de qualquer idade, precisa entender que a informação que receberá terá importância e reflexos para toda sua vida. Isso é o que realmente faz falta: a conscientização de que toda informação aprendida e apreendida pelo indivíduo fará a diferença entre ser bem-sucedido (não necessariamente 'rico') ou passar a vida endividado.
Parar com português e matemática não é solução, mas agravamento do problema. A matemática, no entanto, pode e deve ser complementada com a educação financeira, o que ajudaria a dar sentido ao aprendizado da propria matemática, rejeitada pela maior parte dos alunos desde que me conheço por gente.
O Brasil está crescendo economicamente, mas será por pouco tempo se a base não estver bem sedimentada, o que significa que cada cidadão deve ter pleno controle sobre suas fontes de renda e seus gastos. E sem toda a educação possível neste sentido, aí sim, não haverá sucesso algum, nem o individual, nem o coletivo.