31 de jul. de 2012

Só no dicionário o "Pagamento" vem antes do "Trabalho".

Tenho observado e ouvido por aí um interesse crescente de pessoas querendo garantir o "pão de cada dia" e outros benefícios antes mesmo de provarem que são capazes e/ou merecedores da recompensa pelo seu trabalho. Curiosamente, percebo que isso vem ocorrendo mais frequentemente na prestação de serviços que envolvem mão-de-obra não qualificada. As exigências por parte destes trabalhadores começa antes mesmo - ou bem no início - da relação de trabalho. Todos precisamos e queremos ganhar dinheiro, mas creio que parte da população de baixa renda esteja habituada a receber sem contrapartida os benefícios ofertados pelo Estado, o que estaria estimulando este comportamento "dê cá, tome lá" frente aos contratantes de seus serviços profissionais. Acontece que uma relação assim não se concretiza, ou então não tem longevidade, já que começa deteriorada. Fora aqueles trabalhadores já estabelecidos e devidamente reconhecidos, que são até disputados por patrões e empresas, os demais precisam mostrar serviço antes de fazerem exigências. Isso se desejarem algo mais para suas vidas do que viver com um "Bolsa-Alguma-Coisa-Qualquer". É fundamental se fazer merecedor, provar o seu valor e talento; depois de conseguir isso, o indivíduo pode até se dar ao luxo de escolher propostas recebidas, sem esquecer de que não basta conquistar, é preciso manter-se merecedor da conquista. Ao se aposentar ou sair do trabalho, este profissional deixa saudades.

Dia desses ouvi parte de uma palestra na TV em que um pastor falava sobre a excelência: fazer o melhor que se possa, quando e onde estiver.
Se o seu melhor for limitado, procure ampliá-lo através da observação, do raciocínio, da emoção, da aquisição de conhecimento geral e específico. Quem fizer isso não precisará depender de muleta ou esmola social oferecida por governo algum, já que dependerá apenas de seu esforço e interesse para conquistar seja lá o que for.

Adaptando uma frase atribuída a Albert Einstein ("O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."), embora seja praticamente a mesma coisa eu diria que "a recompensa só vem antes do trabalho no dicionário".

Toma lá, dá cá.

30 de jul. de 2012

"O maior brasileiro de todos os tempos" ou "Os brasileiros mais populares hoje em dia"?

Ator e vlogueiro (isso mesmo, com "v") publicou um vídeo em que critica as escolhas, feitas pela população, de personalidades brasileiras que melhor representariam o Brasil, tema proposto e promovido por um canal de TV (aquele do S.S.).
Pelas escolhas de muitos nomes que não representam ou representaram, digamos, nada para a construção deste país, o vlogueiro chega a duas constatações óbvias (obvias para gente que desafia os limites do cérebro, é claro).

"Esta lista mostra nítida e claramente o maior problema do nosso país: a falta de investimento em educação".

"Esta lista é o resultado da alienação e da ignorância predominantes na cultura do povo brasileiro."

Ele sugere que os principais responsáveis por isso são nossos ex-presidentes populistas, mas na verdade, todos os nossos ex-presidentes (ao menos os mais recentes), não moveram uma palha pela saúde e nem pela educação - assim como a grande maioria dos demais parlamentares, tanto os locais quanto os nacionais -, e não podemos esquecer que, direta ou indiretamente, o povo é, foi e sempre será o responsável por levá-los ao poder e/ou por mantê-los lá.

"CINDROMEDEDAUM"

"AQUI EM BAICHO
CINDROMEDEDAUM
FURTUNA
ELE FAIZ
ALGODAOS
IZAMINAR
ANCIOSO..."

Paulo Freire, tome conta desta pessoa. Ou, melhor: apodere-se dela!

28 de jul. de 2012

Os Jogos Olímpicos e o orgulho de duas cidades, Londres e Rio

Na cerimônia de abertura da Olimpíada 2012 o serviço de saúde pública britânica (NHS) foi homenageado por ser, segundo as palavras de um dos apresentadores dos jogos na TV, um orgulho dos britânicos. Isso me fez pensar na cerimônia dos jogos de 2016 no Rio de Janeiro, e no que poderíamos apresentar como sendo um verdadeiro orgulho de nossa Cidade e/ou de nosso País.
Deixando as várias piadas possíveis e as nossas belezas naturais de lado, e partindo para a seriedade, o que nos resta? Do que, realmente, podemos nos orgulhar? Não algo que esteja pronto, mas algo que tenha sido ou seja construído por nós, como um sistema de saúde pública eficiente. Isso mesmo, contruído: cada cidadão é capaz de construir o que deseja para si e para a sua comunidade. Fora aqueles que, por várias razões não morem ou desejem morar aqui (grande minoria, creio eu), todos os demais têm o dever de dar o seu melhor e fazer com que as coisas funcionem. Isso não é dever do Estado, é dever de cada um - mesmo que esse "cada um" seja um representante do Estado; e toda melhoria, todo sistema eficiente, é também responsabilidade de cada um. Ao permitirmos e/ou participarmos de grandes ou de pequenas infrações - dos lobbies políticos aos esparadrapos "levados" para casa por funcionários de hospitais - estamos contribuindo para a decadência, e não para a excelência do sistema. Infelizmente, a grande maioria da população prefere deixar para os outros a parte das responsabilidades que lhe cabe, mas reclama de seus direitos.
Então... Será que temos algo do que nos orgulhar como povo, seja em 2016, seja daqui em diante?

19 de jul. de 2012

Metrô a "1,99"?! Será seguro?

No Rio, Metrô corta plataformas, pilastras e paredes de túneis em até 20 centímetros, para se adequar aos trens chineses.

Fora a questão "óbvia ululante"  (não sairia mais barato comprar trens adequados ao sistema, do que fazer obras para adaptar o sistema aos novos trens?), fica a preocupação dos usuários: Há reais riscos de descarrilamento com os novos trens que balançariam mais, e de desabamento de estações, com o tal corte de pilastras? E este produto chinês, é confiável ou é de 1,99?

O Metrô e o Estado podem ter boas explicações para isso, mas se o sindicato dos metroviários levantou a questão, fico com a impressão de que quem cuidou disso não sabia o que estava fazendo ou, se sabia, entendeu que seria mais econômico fazer assim. Seja o que for, "estou convencido" de que em momento algum se pensou na segurança do usuário ou dos funcionários que estarão circulando nos túneis e nas estações, lá embaixo.

Fonte:
"Metrô tem um mês para explicar obras em estações"

Recebeu cobrança indevida? Artigo 42 do CDC neles!

Dia desses recebi fatura do cartão com uma cobrança indevida e ilegal de um serviço que não pedi, daquelas do tipo "pague primeiro e reclame depois, que no mês que vem nós lhe devolveremos o cobrado a mais".
Como eu já havia deixado bem claro algumas vezes - inclusive no Procon e no JEC, há cerca de 2 anos - que eu não desejava nem o tal serviço, e nem que fosse tratado como idiota, liguei para o "call center" informando o ocorrido e pedindo providências, DANDO a "eles" duas opções:

1) Não pagar o indevido; ou seja, pagaria apenas o valor da fatura, menos o valor cobrado a mais (e sem nenhuma pendência deste na próxima fatura); ou

2) Pagar o indevido e recebê-lo como estorno, no mês seguinte, mas em dobro (conforme o art. 42 do Código de Defesa do Consumidor).
Esta, na verdade, foi a única opção que a atendente havia me oferecido (o EM DOBRO foi INSISTÊNCIA minha com ela e, posteriormente, com a sua supervisora).

Não foram conversas, digamos... tranquilas, mas a tal supervisora, diante do meu conhecimento da Lei e da ameaça de um novo* ingresso no JEC (Juizado especial Cível), cedeu e disse que eu poderia pagar apenas o valor da fatura descontando o tal acréscimo indesejado, o que fiz, e pude comprovar na fatura seguinte  que "eles" cumpriram com a "palavra".

Não escrevo isto por gabolice, mas para encorajar pessoas que se indignam, porém não reagem contra estes abusos, geralmente por desconhecimento de seus direitos e da Lei; esta mesma Lei que empresários deveriam obedecer, contudo, insistem em desafiar baseados apenas na ignorância (aqui sem o sentido pejorativo) e/ou na passividade de seus clientes.


(*) Já relatado em outro artigo neste blog, "Proteção Total".
O desfecho do caso, na ocasião: Após ser tratado com indiferença pela administradora do cartão no PROCON (não enviou ninguém na primeira vez, e sua representante não tinha nada a dizer na segunda vez), este órgão de defesa do consumidor me orientou a recorrer ao JEC, onde me propuseram um ACORDO, prontamente aceito, em que me pagaram cerca de 565% (quinhentos e sessenta e cinco por cento) a mais do que teriam que me devolver. Como não era meu objetivo ficar rico com isso, dei-me por satisfeito. Imagino que para "eles" não tenha sido exatamente um bom negócio...
Mas, pelo visto agora, me retiraram da lista dos "não mexam com este cara".

Informe-se melhor:

Artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor - Lei 8078/90

Por uma aplicação correta do parágrafo único do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor

16 de jul. de 2012

O "semáfaro" e o caso JFK em HD

SemÁfaro, semÁfaro, semÁfaro...

Vendo um programa no NatGeo sobre os vídeos em alta definição do assassinato de JFK, os narradores sempre falavam assim ao se referirem a um determinado semáfOro. Os tradutores e narradores não perceberam, mas também estavam cometendo um crime contra a nossa tão maltratada língua portuguesa.

5 de jul. de 2012

Mensagens subliminares no SBT?

Você está vendo um filme ou série de que gosta na TV, e no meio de uma cena, em menos de 1 segundo, aparece uma mensagem qualquer que não tem absolutamente nada a ver com a história. No caso, a mensagem é a estréia de um dos programas daquela emissora.

- E daí? Nada de mais. Eles precisam vender o peixe deles, e eu não vou comprar o tal peixe só por causa disso.

- Mas vc não se incomoda com o fato daquele "corpo estranho" invadir sua tela repentinamente, sumindo logo depois?

- Ah, nem dá pra perceber direito, é tão rápido. Além disso, tem muitos produtos sendo anunciados dentro dos programas e filmes, e nem por isso as pessoas os consomem.

- Bem então, pra começar, você nem faz idéia de como a publicidade funciona. A função dela é fazer com que, na hora de consumir, você se lembre de determinado produto. E geralmente, este processo não acontece da noite para o dia, leva um bom tempo.

- Balela! Não compro nada que eu não queira.

- Então tá... Mas qual é mesmo o refrigerante ou a cerveja que você bebe? É diferente de algum daqueles que você mais vê nos anúncios?

- ...

- E, pra terminar, você sabe a diferença entre o que chamam de"merchandising" e propaganda ou mensagem subliminar?

- Não. Qual é?

- O termo "merchandising", em linhas gerais, é uma propaganda inserida em um determinado programa de TV, em cenas de filmes e novelas, mas que fazem parte do contexto, de uma forma aceitável pelo espectador.
Já a mensagem subliminar, além de não fazer parte do contexto da obra ou programa, é inserida dissimuladamente, para não ser percebida a nível consciente pelo espectador; é uma violência, já que a propaganda é empurrada sem que as pessoas se deem conta disso; ainda que o código de ética publicitária não tenha uma posição muito clara a respeito, o Código de Defesa do Consumidor condena anúncios disfarçados, e os que deles se utilizam podem ser punidos.

- Ah, mas o anúncio deles dá para ser percebido, muita gente vê. Seria subliminar, mesmo assim?

- Legalmente, não sei. Mas não é ético... e acho desagradável. Mas o que podemos fazer a não ser deixar de assistir programas de uma emissora que abusa do espectador e deixar que a defesa do consumidor e o CONAR façam a sua parte?

...

(Normalmente não menciono marcas explicitamente, já que não ganho pra isso ou que poderia ser acusado de difamação, mas não tinha como falar do assunto sem citar a emissora do "homem do baú")

Fontes/mais sobre o assunto:
http://www.em6.com.br/sbt-usa-tipo-propaganda-proibida-sua-programacao

http://www.gizmodo.com.br/o-marketing-de-guerrilha-do-sbt-causa-um-misto-de-alegria-e-pena/
http://www.conar.org.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_subliminar
http://novosdireitos.wordpress.com/2008/03/24/a-publicidade-subliminar-em-face-do-codigo-de-defesa-do-consumidor/


3 de jul. de 2012

"-A Sra. avançou o sinal!"... "- E por causa disso você bate no meu carro?"


Uma pequena colisão no trânsito. Um ônibus (no qual eu estava) bate na lateral traseira de um belo “SUV” prateado. A condutora deste último desce, e segue-se a parte do diálogo, que consegui ouvir, com o motorista do coletivo:

- Ô seu motorista, não me viu não?
- A Sra. avançou o sinal!
- E por causa disso você bate no meu carro?
...

Pelas palavras de ambos, ela entende que pode transgredir as regras sem merecer qualquer tipo de consequência; ele, por sua vez, se dá o direito de punir quem descumpre uma regra. Ambos acabam, com isso, punindo a si mesmos, e aos outros: ela ficará com o veículo (o bem material) avariado, ainda que temporariamente; ele, receberá algum tipo de reprimenda da empresa de ônibus onde trabalha; e os passageiros do coletivo, ficam com o aborrecimento do atraso da viagem. Isso sem contar com outros possíveis prejuízos, para outras pesoas, como consequencia de um “efeito borboleta”.

Foto: www.sxc.hu
O fato de alguém avançar um sinal de trânsito não dá ao outro o direito de colidir os veículos, quando a colisão pode ser evitada (como eu dirijo e tenho noções de direção defensiva, posso assegurar que foi este o caso). Fiquei com a impressão de que o motorista do ônibus não se importou em “punir” aquela pessoa que OUSOU cruzar um veículo bonito e novinho na frente dele, atrapalhando sua trajetória, da mesma forma entendi que aquela pessoa que estava dirigindo aquele lindo carro prateado sentiu-se no DIREITO de transgredir as regras do trânsito, atrapalhando o ir e vir de outros veículos. 
Não me baseio, ao dizer isso, apenas no fato em si: ando muito nas ruas, e observo, também muito, o comportamento displicente e/ou arrogante de motoristas desta cidade. Não serei o primeiro a pensar ou dizer isso, mas os condutores de veículos depositam no volante toda a carga emocional da qual estão revestidos, e aqueles que conduzem o veículo maior ou o mais moderno insistem em estabelecer uma hierarquia de poder que NÃO EXISTE nem de fato e nem de direito; é uma “simples” disputa pelo poder, onde quem "acha que pode" desafia quem "tem certeza de que pode mais", e ambos encontram pelo caminho a teimosa resistência ou a benevolente compreensão daqueles que "sabem que os direitos são iguais"; como é muito tênue a linha entre o poder e o abuso do poder, os conflitos são gerados, e TODOS saem perdendo de algum modo, com prejuízos que vão dos pequenos danos materiais às grandes tragédias do trânsito (que, em geral, não causam comoção em quem as provoca, apenas nas famílias das vítimas). 
Em nome do EU, a vida e a saúde humana vão perdendo a importância.

A razão, tão deixada de lado nos últimos tempos, agoniza diante do egoísmo.

Sugestão de filme, para reflexão: Crash -No limite

2 de jul. de 2012

Rio recebe título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Agora só faltam os seguintes títulos...

"Rio recebe título de Patrimônio Cultural da Humanidade"
(fonte: G1)

Agora só estão faltando os seguintes títulos para a Cidade assumir de vez a sua "Maravilhosidade":

Melhor Educação Pública

Melhor Sistema de Saúde Pública

Melhor sistema de Transportes Coletivos

Melhor renda per capita

Cidade mais limpa

Melhor índice de empregos

Menores índices de corrupção

Menores índices de violência

Cidade com mais justiça social

 

Esqueci de algum outro?...

(Não precisa ser a melhor cidade do Mundo em tudo, mas se esforços forem feitos e mantidos por todos - cidadãos e autoridades - para que ela seja, pelo menos, a melhor do Brasil, já estará de bom tamanho.  "...e tudo o mais lhe será acrescentado".)