Minhas antenas captaram um trecho de conversa num programa de TV onde se falava da relação sexo X filhos. Dizia um dos convidados que os animais não podem evitar filhotes como conseqüência do ato sexual, mas os humanos, em geral, podem escolher se querem ou não evitar a gravidez.
O curioso é que, mesmo com esta possibilidade de escolha, tanta gente esclarecida ou não engravida acidentalmente.
Não tem jeito: o sexo entre humanos heterosexuais engravida. Fora as exceções, como aqueles que não podem gerar filhos pelas suas limitações orgânicas, todos estamos espostos à uma gravidez quando não utilizam algum meio contraconceptivo. Eu, inclusive: culturalmente o homem, por não abrigar o feto, bebê, criança etc., acha que quem engravida é a mulher, mas e a parte dele? Ele esquece; normalmente por que a mulher, por sua vez, também acha que o filho é só dela. Muitas sentem-se culpadas por não term evitado a gravidez, e quando o pai da criança não assume esta paternidade, ela não exige que ele arque com a sua cota de responsabilidade, deixando-o livre para continuar procriando por aí: "Não preciso dele, vou criar meu filho sozinha!". O que tenho visto por aí são pequeninos criados em precárias condições de vida, ou então ciados pelos avós. Estes pais e mães biológicos, livres daquilo que não queriam, mas não evitaram, prosseguem fazendo o que mais gostam e, provavelmente, não tomarão precauções.
O sexo é ótimo, todo mundo quer, todo mundo gosta, quase todo mundo pode. Porém, no "entra e sai" do sexo irresponsável, mais duas coisas devem ser consideradas entre pares hetero não comprometidos entre si: as possibilidades de se contrair e transmitir uma DST ou uma AIDS, e a da gravidez não desejada, que envolve uma criança que merece uma família, amor e respeito.