26 de abr. de 2011

O Lucro da dengue

"Dengue: Epidemia aumenta vendas de produtos que combatem o mosquito" (VNews)

"Combate ao mosquito da dengue promove novos produtos no mercado"
(G1)

Inseticidas, repelentes, velas de citronela, raquetes elétricas, medicamentos, planos de saúde, exames laboratoriais, lonas para cobrir caixas d'agua, folhetos, camisetas, mídia, funerárias, cemitérios, floriculturas...
É a dengue ajudando a movimentar a economia e gerando lucro para muita gente. Por isso é tãããão difícil acabar com ela...

Doença no Brasil é um negócio bem mais lucrativo do que Saúde.
Então estão explicados os poucos investimentos nesta última.

Fontes:
(*) VNews
(**) G1

19 de abr. de 2011

Meninas, lamentamos informar, mas não há príncipe pra todas vocês. A Boa notícia é que ainda tem sapos e lobos pra todo mundo.

As mulheres já conquistaram muito mas, estranhamente, ainda têm bastante dificuldade em se desprender de alguns valores que o tempo já se encarregou de mudar. E continuam transmitindo esses valores, de geração em geração.

Vi numa matéria na TV sobre o casamento do Príncipe William e Kate Middleton, que a noiva do herdeiro do trono inglês teria passado por uma espécie de peneira para 'chegar onde chegou'. Ela tinha ido estudar no mesmo colégio que ele, onde houve um aumento de aproximadamente 40% de matrículas de jovens moçoilas casadoiras dispostas a estar no lugar conquistado por Kate, e isto mesmo antes da confirmação de que o então jovem William iria estudar naquela escola.

Não vejo o mundo real (não é esse da realeza!) muito diferente disso. Em toda sociedade as mulheres comuns (se você não é uma mulher comum, não vai se incomodar com este comentário) - buscam, ainda que inconscientemente, parceiros bonitos, ricos, bem sucedidos, ótimos amantes e, se possível, jovens e fortes. Convenhamos: este 'produto', com todos os opcionais de série, não existe, ou não existe em quantidade suficiente para atender o 'mercado', que fica sujeito aos leilões, ao ágio, à cobiça pelo 'bem' alheio... Torna-se necessário, para não sair 'da loja' (do colégio!?) com as mãos abanando, lançando farpas de ira contra suas rivais, dispensar alguns destes opcionais e se contentar com uma versão mais básica do seu homem. Parodiando um adesivo de carro, "É 1.0 mas é meu".

Encontrar, experimentar e desfrutar das possíveis e prováveis qualidades de um sapo ou de um lobo pode ser bem melhor que passar a vida esperando por um príncipe, que muitas das vezes camuflado com ouro e peles, não passa de um batraquio ou de um canidae; e isso, na melhor das hipóteses, já que ele pode também vir a se mostrar uma besta, no mais temido e indesejado dos significados.


Atualização em 22/04/2011:

Fui escrever isso, olha o que vi na TV no dia seguinte:
"Cresce participação feminina em apostas na Mega-Sena"
(http://g1.globo.com/videos/jornal-hoje/v/cresce-participacao-feminina-em-apostas-na-mega-sena/1489595/)

Essas meninas não querem mesmo saber de sapos ou lobos...

5 de abr. de 2011

O sexo dos anjos e o deputadinho homofóbico

Semana passada, num programa de TV, um deputado "filhote da ditadura" (como diria o saudoso Leonel de Moura Brizola) deu declarações sobre o que faria se tivesse um filho gay, além de confundir racismo e homossexualismo com promiscuidade, o que rendeu bastante audiência e polêmica nos dias seguintes.

Fala-se, com relação à discussões que se distanciam da essência de um assunto, que se está discutindo o sexo dos anjos, ou seja, teoricamente, anjos não teriam sexo, e tentar descobrir isso é perda de tempo.
Para os espíritas - não estou representando-os, aqui, que fique bem claro - um espírito pode encarnar tanto num corpo masculino quanto num feminino, em diferentes encarnações; isso equivaleria a dizer que o espírito, em si, não tem sexo, mas a cada encarnação, precisando de um corpo, e pressupondo o modo de preservação da espécie humana aqui na Terra, precisamos ser homem ou mulher, recebendo o corpo e a aparelhagem genital cabível à cada gênero. Partilhando desta crença, e pelo pouco que estudei e conheço, os espíritos caminham todos numa mesma direção e, sem perder a sua individualidade, irão se juntar todos em prol de algo muito maior (que não consigo transcender o suficiente para entender, e menos ainda para explicar, mas creio que isso acontece em algum momento, para cada ser). Não há sexualidade definida num espírito, já que ele tem a oportunidade de experimentar ser 'macho' e 'fêmea' em diferentes existências, e se isso acontece o espírito, definitivamente, não tem sexo. A homossexualidade ocorreria quando um espírito não se adaptasse ao corpo no qual reencarnasse, por motivos diversos (na minha modesta opinião, um misto de rebeldia desse espírito e de expectativas de seus genitores/cuidadores, desde a concepção).

A questão é que o principal motivo pelo qual estamos aqui é o amor. Sem amor, não somos nada, não temos nada, nada nos plenifica. Mas não falo do amor entre gêneros ou suas possíveis combinações, mas sim do amor fraternal, do amor entre os seres, muito maior que o amor de par, de casal, ou mesmo daquele entre pais e filhos. Amor de ser humano para ser humano. Este amor ainda está bem distante de nós, mas já temos oportunidade de treiná-lo, se o quisermos, através do respeito ao outro e da solidariedade. Exercitar isso abre campo para que as diferenças entre os seres diminuam, e para que nos coloquemos também em posição de merecedores de respeito e de solidariedade quando (e se) precisarmos. Aprender a conviver com as diferenças, com aqueles que pensam diferente de nós, nos habilita ao amor - o sublime, mais adiante.

Não sei se este mundo é gay, como dizem alguns, mas tenho a leve impressão que tudo caminha nesse sentido, seja pelo adjetivo, seja pelo substantivo "gay". Existe uma verdadeira legião de pessoas saindo ou não de 'armários' para ganhar o mundo, esperando reconhecimento do outro. Cabe, então perguntar, considerando os aspectos descritos acima: A que gay estão se referindo, e que mundo seria este?

Provavelmente, alguém virá aqui questionar minha heterossexualidade, e não me aborrecerei com isso. Mas, se você for um desses, sugiro questionar, antes, sua curiosidade a meu respeito; e depois, sua possível homofobia - de onde ela vem, qual a razão, qual o ganho - e buscar informação. Eu mesmo tinha algum preconceito, desfeito ao entender que homossexualidade não é sinônimo de promiscuidade, e que estas pessoas são seres humanos, que exatamente como nós, sentem, sofrem, amam, trabalham, estudam, lêem blogs... vivem, enfim.

Ninguém é obrigado a aceitar a opinião alheia, mas tem o dever de respeitar, para que a sua também seja respeitada. Argumentações, certamente, são válidas quando se tem o objetivo de compreender ou de se fazer entender. Fora isso, é discussão do sexo dos anjos.