Antes de votar, é bom lembrar:
Da realidade da saúde pública, vista e sentida nas demoradas filas por exames e atendimentos, no despreparo e/ou na ausência dos profissionais, na falta de medicamentos, na insuficiência de leitos, na quase inexistente política de prevenção e tratamento aos dependentes químicos, e na precariedade de instalações e equipamentos.
Da realidade da Educação pública, vista e sentida na baixa valorização dos profissionais, na falta de infraestrutura - de materiais e equipamentos à merenda, na precariedade de instalações e, no fim das contas, na baixa qualificação educacional dos alunos, que têm ou terão problemas para para galgar sólidas carreiras no mercado de trabalho.
Da realidade da segurança pública, vista e sentida principalmente - mas não somente - nas periferias, nos assaltos de toda ordem em qualquer hora do dia, na demora na investigação dos casos que não recebem destaque na grande mídia, na corrupção dos agentes da lei, na falta de prevenção e/ou no pífio combate às drogas ilícitas.
Da realidade dos transportes públicos, vista e sentida nos problemas recorrentes e constantes, como os atrasos, os acidentes, a superlotação, o despreparo de profissionais, o decorrente caos no trânsito como um todo; e, principalmente na falta de fiscalização e punição aos infratores, cuja execução cabe ao governo e seus representantes.
Da realidade do planejamento urbano, visto e sentido no ineficiente planejamento que não contempla, verdadeiramente, moradia digna para a população de baixa ou "nenhuma" renda, e redução das ocupações em áreas de risco e em outros locais irregulares.
Da realidade da economia, sentida no bolso à cada pagamento de conta ou de compras no supermercado.
Quem não sente ou nunca sentiu na pele quaisquer destas questões ainda não resolvidas, provavelmente não levará nada disso em conta na hora de escolher candidatos.
É conveniente ressaltar que, na realidade, nada disto vem ocorrendo apenas nos últimos onze anos, como muitos querem fazer parecer: da Nova República para cá* (já são 29 anos), nenhum governo ou casa legislativa se interessou ou se empenhou em resolver estas questões tanto quanto se interessou em aumentar os próprios salários e regalias. Todos que passaram pelo poder nacional e/ou ou regional, portanto, têm a sua parcela de culpa pelos problemas básicos ainda não resolvidos deste país (como têm, também, méritos pelos poucos avanços).
Mas - verdade seja dita-, aquele que se apresentou como "a" solução e não fez nada muito diferente dos seus antecessores, foi o que mais decepcionou a parte razoavelmente politizada do seu eleitorado.
(*) Referi-me à "da Nova República para cá" (1985 em diante) simplesmente porque não tenho muitos parâmetros para analisar a política dos períodos anteriores.
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