Tem dias em que a gente pensa: “não deveria ter saído da cama hoje!”. É um dia de Zileide. Dia em que, independente do que a gente faça, “tudo” dá errado. O transito engarrafa e o atraso ao trabalho é inevitável. O chefe, quando não pergunta o que houve, olha com aquele olhar de “esse preguiçoso não tem jeito, mas pelo que ele faz e ganha, ruim com ele, pior sem ele...”. Os colegas de equipe ironizam: “Boa tarde!”, “Furou o pneu do trem?”, “Mora mal, hein?”. A gente devolve os olhares com amareladas desculpas, doido para que eles não leiam nossos pensamentos de ódio. Quase na hora do almoço, toca o telefone, certamente algum “pepino” para resolver que não pode esperar e toma boa parte do tempo; a comida, já dá pra imaginar, não vai bater bem. Depois do almoço, uma importantíssima apresentação de trabalho aos clientes, sob nossa responsabilidade. Se o dia poderia piorar, piora: falha na sincronia da equipe, falhas nos equipamentos, uma após a outra, a gente fica perdido, quicando por dentro, tentando fingir que está tudo sob controle, embora nossos olhos (de novo o olhar!) insistam em nos trair. Parece não ter fim. Mas tem. Finda a apresentação, nos despedimos com um cordial agradecimento pela atenção e um boa tarde, da boca para fora, claro, fechando de vez o semblante e arrumando as coisas para ir embora, com uma única certeza: nada como um dia após o outro...
Quem nunca teve seu dia de Zileide que atire a primeira pedra!
Todos temos um dia assim, o pior é que esta ficando mais frequente.
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