Não, não escrevo sobre o programa do Letterman, mas sobre o da Luisa Mell. No programa do último domingo, ela e uma equipe de veterinários/investigadores, com apoio da força policial, checa a informação de um cão que teria sido enforcado. Chegando à rua da residência denunciada, no portão da casa se lia a pichação “assaçino filha da...” (sic)(preferi usar as reticências para poupar os leitores mais conservadores.).
Lá dentro, deitado no chão, o corpo inerte do cão.
Após entrada na casa com a ajuda policial, sob protesto de uma moradora, os legistas constataram que a morte do animal foi realmente por asfixia, decorrente de um enforcamento involuntário: o pitbull, segundo a moradora, pulava constantemente uma mureta da parte mais alta do terreno para se atracar com os outros cães da casa, que ficavam na parte mais baixa.. Já havia sido ferido antes por estes outros cães, tendo sido devidamente medicado na ocasião por um veterinário (que já cuidava deles, e que falou ao telefone com a apresentadora, comprovando que o animal não sofria maus tratos). Tratava-se de uma fatalidade, e não de um assassinato: para evitar que pulasse, como de costume, e brigasse com os outros cães, havia sido acorrentado; conseguiu pular, mas o comprimento da corrente não o deixou chegar ao solo; ele também não consegui voltar, morrendo enforcado.
O “crime” dos moradores, segundo os veterinários/investigadores, foi culposo e não doloso. Seus donos deveriam prever que, pulando preso a uma corrente curta, ele poderia sofrer o enforcamento; e após sua morte, a falta de compaixão, pelo fato do corpo ter ficado no pátio esperando ocasião propícia para sua remoção.
De maus tratos, realmente, só à língua portuguesa, na pichação de alguém que, além de não respeitar o patrimônio alheio, também acusa sem conhecer os fatos.
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