10 de set. de 2009

Marketing agressivo e assédio moral na F1

"Piloto admitiu batida proposital no GP de Cingapura/2008, em depoimento à FIA."

Antes de "meter o pau" no rapaz, um convite à reflexão:
Quem ganhou com isso? Seu "manager" e diretor da equipe, a equipe -uma famosa marca de veículos, a empresa - fabricante dos veículos, o primeiro-piloto, que disputava o campeonato, ou o protagonista do acidente, que queria garantir seu emprego pela confiança dos patrões? Tentarei responder adiante.

Mas achei o tema interessante: Essa de garantir o emprego atendendo aos caprichos ou ao mau-caratismo de patrões insanos, eu achava que era coisa somente de gente comum (este conceito é diferente nas altas esferas de Brasília!), que tem que defender o pão de cada dia e às vezes comete mesquinhos deslizes por mixarias (isso, geralmente, só se percebe com a maturidade).

Uma historinha curta, para exemplificar: Há muitos anos, um rapaz folheava um jornal, quando encontrou um anúncio de emprego, não um emprego qualquer, mas um emprego no qual ele queria trabalhar, já que tinha talento pra coisa e uma mínima experiência profissional. Conseguido o emprego, estava bastante contente; já havia até feito uma boa amizade com uma das secretárias. Porém, com menos de dois meses de casa foi chamado pelo patrão (o dono da empresa). O fulano, um conhecido campeão de vôo livre, pediu ao novato que se afastasse da secretária por que ela, também nova na casa, havia engravidado (do marido dela!); de algum modo ele se sentia traído, profissional e/ou pessoalmente, e seu vingativo objetivo era isolá-la na empresa, deixando-a sem amigos, sem contatos, talvez para que ela pedisse demissão.
O que você faria no lugar dele? Encararia o chefe e diria: lamento, mas não posso fazer isso, é contra os meus princípios, uma amizade vale mais que um emprego etc.? Pode ser. É fácil, quando se está de fora.
O rapaz, no entanto, cedeu (como outros funcionários) ao assédio moral. Mas, como uma criança que jura com os dedos cruzados nas costas, ele, deixou de falar com a moça somente no local de trabalho; fora de lá, contou-lhe o ocorrido e, pela franqueza, continuaram bons amigos.
A moça, com o tempo, foi afastada pelo patrão, sem deixar de receber seus direitos, até a demissão, passado o prazo legal pós-parto. O chefe, prosseguiu ganhando e gastando seu dinheiro, enganando seus sócios... E o rapaz?
Estou aqui, escrevendo este texto. Surpresa!
Fui fraco ao dizer sim quando queria dizer não, com certeza. Quisera voltar no tempo para negar aquela injustiça - não com relação à secretária, já que fui sincero com ela e continuamos a amizade, mas comigo mesmo. Como o tempo e os fatos não voltam mais, já me perdoei e aproveitei a lição.

Agora, voltando à fórmula um: Meter o próprio carro num muro em alta velocidade, antes de ser fraqueza, é insanidade; expor uma carreira promissora (quem garante?) a um escândalo desses, é aceitável face à imaturidade; para um senhor que expõe sua longa carreira de diretor e gerente na F1 é burrice e imaturidade; e para uma grande companhia, vincular sua marca à desonestidade, é prejuízo, na certa: "Se eles trapaceiam nas pistas, imagine nos seus produtos".

Ou seja, todo um trabalho de marketing de uma multinacional pode ser comprometido por um funcionariozinho que só queria ganhar a confiança do patrão e o seu pão de cada dia.

Atualizando
Esqueci de dizer:
Rubinho passou por isso:
- ou deixa o alemão passar ou ficará de castigo!
Garantiu a vaga no time e o salário, mas ficou mal com o Brasil inteiro.

O Alonso, curiosamente, estava nas equipes envolvidas em escândalos ou supeitas. E como um certo presidente de um país latino americano, ele também não sabia de nada.

E o Nelsinho, pensando melhor, não é coitadinho. Só abriu a boca por ter perdido o emprego. Caso contrário, ainda estaria lá, quietinho.

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