Há algum tempo, fui a uma “roda de choro” na Lona Cultural Jacob do Bandolim, em Jacarepaguá. Era uma bela manhã de domingo, e o grupo Tocata do Rio* brindava os presentes com ótimas execuções de clássicos do chorinho. A maioria dos integrantes do grupo - José Medeiros (violão de 7 cordas), Juarez Cabral e Marlindo Barboza (violão de 6 cordas), João Cunha (cavaquinho), Severino Ramos (pandeiro), Ivan Pacheco (ritmo) e Milton Barbosa (bandolim) - aparentava já ter adentrado a terceira idade; mas dois músicos convidados ainda eram relativamente jovens. Isso me fez refletir no legado musical deixado por nossos antepassados, e como cada geração sofre influências musicais diversas, recriando e reproduzindo-as para as gerações futuras.
De algum modo, isso é preocupante. Os mass-media insistem em reproduzir somente músicas de apelo popular, pelo – óbvio - retorno financeiro imediato que elas proporcionam, relegando praticamente ao anonimato músicas e artistas que não se enquadram nesse contexto. Sufoca-se uma manifestação cultural (um gênero musical, no caso) até que ela desapareça, dificultando ao máximo seu acesso às próximas gerações. "Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar.", cantava Alcione, há anos, um certo temor de que o samba sucumbisse. Por isso às vezes não é tão fácil, mesmo com a Internet, encontrarmos determinadas informações sobre alguns cantores, músicos e músicas que simplesmente foram ignorados por essa mídia cada vez mais ávida pelo lucro e menos pela informação. Então, o que será passado adiante? O que se aprenderá com os mais velhos? Não consigo vislumbrar um grupo de veteranos, do funk ou de axé, por exemplo, reunidos, daqui a algumas dezenas de anos, para entoar suas canções que, provavelmente, já terão sido substituídas por outros gêneros tão descartáveis quanto aquelas. Isto não é um ataque a estas duas manifestações musicais - que são legítimas, embora eu não as aprecie, mas uma defesa das demais.
Todos têm o direito de acesso às ofertas, para que as escolhas sejam feitas conforme as próprias preferências e conveniências. Ter de escolher entre A e B, sem que lhe seja permitido conhecer B e C não é escolha, é imposição. A mídia, no entanto, não vai mudar por nossa causa.
De algum modo, isso é preocupante. Os mass-media insistem em reproduzir somente músicas de apelo popular, pelo – óbvio - retorno financeiro imediato que elas proporcionam, relegando praticamente ao anonimato músicas e artistas que não se enquadram nesse contexto. Sufoca-se uma manifestação cultural (um gênero musical, no caso) até que ela desapareça, dificultando ao máximo seu acesso às próximas gerações. "Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar.", cantava Alcione, há anos, um certo temor de que o samba sucumbisse. Por isso às vezes não é tão fácil, mesmo com a Internet, encontrarmos determinadas informações sobre alguns cantores, músicos e músicas que simplesmente foram ignorados por essa mídia cada vez mais ávida pelo lucro e menos pela informação. Então, o que será passado adiante? O que se aprenderá com os mais velhos? Não consigo vislumbrar um grupo de veteranos, do funk ou de axé, por exemplo, reunidos, daqui a algumas dezenas de anos, para entoar suas canções que, provavelmente, já terão sido substituídas por outros gêneros tão descartáveis quanto aquelas. Isto não é um ataque a estas duas manifestações musicais - que são legítimas, embora eu não as aprecie, mas uma defesa das demais.
Todos têm o direito de acesso às ofertas, para que as escolhas sejam feitas conforme as próprias preferências e conveniências. Ter de escolher entre A e B, sem que lhe seja permitido conhecer B e C não é escolha, é imposição. A mídia, no entanto, não vai mudar por nossa causa.
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