31 de jul. de 2010

F1: Massa, vencedor ou batalhador?

A Ferrari e o Massa conseguiram tirar o que ainda restava do interesse que a F1 conseguia manter no público e (creio) na imprensa brasileira. De que adianta torcer e elogiar nossos pilotos se eles apenas fazem o "feijão com arroz", e mostram-se previsíveis? Como incentivar um esporte em que um de nossos representantes, estando vencendo uma prova  - naquele momento, o melhor dos competidores - cede voluntariamente a vitória à outro? Voluntariamente, sim: a decisão pertencia à ele.

Caso Massa não se torne um vencedor na F1, lhe restará o "mérito" de contar esta "vantagem" pelo resto da vida: - Alonso só venceu porque eu deixei!
Digo vencedor, obviamente,  sem considerar a frase atribuída ao Barão de Coubertin: "O importante é competir". A competição é saudável, mas o que caracteriza o vencedor é a ambição pela vitória e o movimento que faz para atingí-la diante das possibilidades.
Do ponto de vista do esporte, ninguém vence deixando o adversário (ou o colega de equipe) passar à sua frente. Se Ayrton Senna tivesse sido bonzinho com Alain Prost - ou vice-versa - quando "jogavam" no mesmo time, não teriam seus nomes na galeria dos vencedores, mas sim, dos participantes. Vencedor, na vida, Senna também foi, pelas atitudes humanitárias que empreendia em segredo, enquanto vivo, e mesmo após sua morte, pelos trabalhos sociais que puderam ser realizados em seu nome, daí em diante; isso é bacana, mas não é esporte.
Barrichelo é carismático, gente boa, querido e respeitado pelos colegas de trabalho, tem um bom emprego, ganha bem, é bom pai e marido (pelas notícias que nos chegam); na vida, um vencedor; no esporte, um participante bastante lembrado por ajudar schumacher nas suas vitórias.
Analisando a atitude de Massa do ponto de vista profissional: ele é um trabalhador dedicado e obediente, como tantos outros; seu diferencial é o de trabalhar no que gosta, ganhando um salário incomum para isso. Parece bem claro que para ele é o bastante; é somente um bom emprego (quem de nós não quer um desses?), onde manda quem pode e obedece quem tem juízo. Nada de competição, todo o trabalho é em prol do grupo, da empresa. O que há de errado nisso?

Voltando, então ao interesse "brazuca" na Fórmula Um: nossa torcida por vitórias de pilotos brasileiros não fazem mais qualquer sentido. Aliás, por vitórias de quaisquer dos pilotos, já que a disputa é somente entre as equipes e pelo retorno econômico proveniente das vitórias e da exposição das marcas.
Se você vai continuar vendo as corridas, lembre-se disto eevite decepções.

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