Tenho recebido e-mails aterrorizantes (terror, terroristas... hummm. Isso não é coisa de comunistas?) sobre o que será do Brasil se Dilma for eleita presidente. Não gosto de Serra (nem de Dilma), nem vou votar nele, mas não recuso msgs de amigos, e se pudesse escolher, receberia com mais simpatia as propostas do candidato tucano, em vez de acusações dele contra a outra candidata. Este comportamento me assusta mais que qualquer outro, e é típico de quem depois chamará aposentados e outros contribuintes de vagabundos. Nada, a não ser a busca ensandecida por poder e dinheiro, justifica a baixaria em que se tranformou esta campanha tucana.
Daí veio a inspiração para o que escrevo a seguir.
Com o tempo percebi que os meios de comunicação é que elegem ou derrubam candidatos - presidentes, governadores ou prefeitos. Se orientarmos nossos pensamentos e ações (= votos) por eles, sejam de centro, esquerda ou direita, estaremos apenas atendendo às ambições de um ou outro dono de grupo de comunicação. Em outras palavras, vence aquele que tiver a melhor campanha de marketing.
Comparativamente, Maradona se auto-intitula melhor do que Pelé (mas sua carreira mostra que ele ainda fica devendo à Romário!). Com esse marketing, Dieguito conseguiu ser reconhecido, no mínimo, como o segundo melhor.
Uma mentira repetida muitas vezes, ganha status de verdade (qualquer página sobre boatos que circulam na Internet prova isso).
Serra assume a paternidade de todas as "boas" idéias de que o governo Lula se utiliza, e se diz o mais preparado para governar.
FHC, que tinha em sua história um exílio político, era formado na Sorbonne e pertence aos quadros da ABL, não fez com que o Brasil avançasse (a não ser para os mais ricos). E tinha preparo.
Dilma será uma déspota, a serviço do maquiavélico PT. Calará a imprensa, fará o diabo.
Lula também o faria e, semianalfabeto, mostrou um país um pouquinho melhor para a população mais pobre. Sem falar na crise internacional que, nas palavras e "nas mãos" dele, foi uma marolinha, lhe dando prestígio internacional.
A propaganda da ditadura militar fazia a população temer os comunistas, e em nome da defesa nacional, barbarizava qualquer brasileiro que se atrevesse a falar em liberdade.
Como bom observador, vejo que se um governo não afeta sua vida negativamente, ele é neutro ou bom. Se afeta, é ruim. Collor não afetou diretamente a vida de minha família (a não ser do ponto de vista da ética), mas desgraçou a vida de muita gente com seu plano econômico. Não perdi dinheiro com ele; então, foi neutro.
Há muitas verdades, certamente. Mas estamos cercados de mentiras, e tomar partido de qualquer uma delas, significa atender apenas aos interesses daqueles que não estão comprometidos com o ideal de nação mas, sim, com seus ideais particulares de poder e fortuna. Significa que somos apenas marionetes neste teatrinho dos poderosos. Por isso não lhes interessa reforma política, aprovação de ficha limpa imediata, voto facultativo, tempo igual para todos na propaganda do rádio e da tv. Por isso não interessa um povo instruído e educado: quanto menos o povo pensa, melhor para eles. Por isso qualquer candidato de partido que se diga socialista ou comunista, que prega o não pagamento da dívida externa para resolvermos problemas internos urgentes, é ridicularizado ou chamado de louco pela mídia. Mas desviar dinheiro público e aumentar os próprios salários e benefícios, como nossos parlamentares o fazem, não é loucura (embora não resolva os problemas internos como a saúde, a habitação e o saneamento básico).
FHCs, Serras, Lulas ou Dilmas não são eleitos por suas qualidades, mas pelas qualidades que somos levados a acreditar que possuem, e isso fica registrado por um bom tempo em nossa mente. Por isso candidatos reconhecidamente "escandalosos" conseguem, ainda, votações tão expressivas.
Boa parte do povo comemora a vitória de seus candidatos, mas o máximo que vai receber é o pão e o circo de sempre, e mais alguma esmola qualquer - agora chamada de "bolsa" ou de uma sigla qualquer. Mas quem comemora pra valer são as
grandes famílias que planejam e comandam este espetáculo com mais competência, mesmo que, agora, não vençam: amanhã será outro dia, mas o estoque de caviar e champagne estará garantido até lá.
É muito difícil para qualquer cidadão que trabalha e não tem tempo para pesquisar a vida alheia,
saber o que é verdade e mentira de seus candidatos, principalmente diante de tanta manipulação nos meios de comunicação. Por exemplo, Dilma e Serra são feios e antipáticos, a meu ver, mas aparecem bem melhores diante das câmeras; conforme a conveniência de determinado jornal, podem aparecer sorrindo ou bocejando.
Muita gente vive alguma mentira dentro de um próprio lar, com a própria família, e nunca descobre, ou faz vista grossa. Como saber a verdade sobre um político que só vemos na imprensa; com quem não convivemos?
Eu consegui recusar as grandes mentiras (ou serão verdades?) no primeiro turno, mas para este segundo, terei de escolher (já escolhi) a contragosto.
Não sei quem disse isso, mas "
é preferível recusar uma verdade do que aceitar dez mentiras". O bom senso pode ajudar um pouco nessa tarefa. Certeza? Quem sabe, o tempo dirá?
Fonte do link : Portal Terra