6 de jun. de 2012

A Rio+20 e a reciclagem no BR

A Rio+20 é a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) que está sendo organizada conforme a Resolução 64/236 da Assembleia Geral da ONU (A/RES/64/236). Será realizada aqui no Brasil, de 20 a 22 de junho de 2012. Os temas abordados serão, em linhas gerais: Empregos, Energia, Cidades, Alimentos, Água, Oceanos e Desastres.

Às vésperas do evento, no último dia 03 de junho, foi fechado no Rio de Janeiro o aterro sanitário de Jardim Gramacho (saiba mais clicando aqui e aqui). Fato emblemático, e necessário. Mas, se por um lado resolve a destinação de parte do lixo desta cidade, não resolve o problema da parte restante. Aí deveriam entrar as políticas de incentivo à reciclagem de lixo. Muito pouco do lixo e dos bens inservíveis produzidos no Brasil é reciclado. Segundo a reportagem de um Jornal da TV, "O Brasil tem capacidade para reaproveitar mais 30% das garrafas descartadas, só não consegue por falhas na coleta do lixo. Nove trilhões de garrafas pet são produzidas anualmente no Brasil. Depois de usadas, 44% delas acabam no meio ambiente.". As falhas na coleta do lixo, no entanto, não são a única razão, e não somente as garrafas pet são recicláveis. A coleta de lixo seletivo merece mais incentivo, e isso cabe às prefeituras, mas havendo incentivos também à criação e ao desenvolvimento de indústrias de transformação e de aproveitamento dos resíduos recicláveis, mais empregos seriam gerados e, de quebra, haveria mais qualidade de vida para a população.

A questão a resolver é que, se alguém no topo da cadeia produtiva não tem qualquer ganho, não se interessa em produzir,e isso afeta a todos que estão na base. Como exemplo, há algum tempo eu fiz uma arrumação em casa, e separei algumas embalagens grandes de papelão para descartar. Ofereci de graça para um carroceiro da vizinhança, que recusou dizendo que "papelão não dá dinheiro" (ele costuma pegar utensílios de ferro descartados e queimar fios para separar o cobre e vender). Na visão - economicamente justa - do tal homem, o custo de pegar o papelão e por na carroça junto com outros cacarecos que levaria para vender a um ferro-velho não compensaria o "esforço". Fiquei decepcionado, e deixei o papelão para a companhia de limpeza levar. Deve ter ido parar em gramacho... com alguma sorte, algum catador o encontrou e trocou por um copo de café quente.

Imagino que este tema seja muito específico para constar na pauta da Rio+20, mas desejo que ele possa, ao menos, ser abordado com mais frequencia no país, daqui em diante. A sustentabilidade também passa por aí.

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