4 de out. de 2012

Eleições 2012 - A maldição dos 4 anos. Ou isso seria uma benção?

Se administração e legislatura de um município contam com 4 anos para apresentar progressos urgentes e necessários na Educação, na Saúde, nos Transportes e na geração de Empregos - questões básicas para os cidadãos -, e não apresentam resultados significativos, seu prefeitos e seus vereadores não merecem continuar em seus cargos por mais de um mandato.

Nos últimos 4 anos, a rua onde moro e algumas outras próximas foram finalmente urbanizadas, com instalação de ciclovias, recapeamento das pistas de rolagem, drenagem, plantio de árvores, renovação das calçadas e instalação de "pardais" de semáforos e de lombadas eletrônicas. Tudo isto veio com muito atraso, já que as legislaturas e administrações anteriores não atuavam no bairro, um dos que mais arrecadam para o município, priorizando os investimentos nas áreas nobres e/ou turísticas da cidade, que tinham - e têm - problemas menores que o bairro onde moro.
Como se espera de uma sociedade, os interesses coletivos vêm antes dos particulares: embora eu esteja muito satisfeito com as melhorias acima descritas, penso que é muito pouco quando a cidade padece daqueles graves problemas citados lá no primeiro parágrafo. O voto em candidatos que defendam determinados locais, causas ou categorias específicas, e não a cidade como um todo, a meu ver é um voto maldito, que no início ou no fim das contas provoca segmentação de algum tipo, o que acaba prejudicando toda a população.
 
Não adianta construir unidades de saúde, nem escolas, sem um plano de valorização da saúde e da educação públicas. Desta forma, teremos, no máximo, doentes em longas filas de espera, deitados sobre macas no chão de belos corredores de granito, ou salas de aula de primeira geração cheias de alunos, mas sem professores.
Não adianta mudar cores de ônibus, construir corredores expressos para estes coletivos (sem deixar claro para os pedestres que tais pistas não são calçada ou ciclovia, prevenindo assim inúmeros acidentes), construir/ampliar um metrô cujas linhas não integrem as áreas mais necessitadas de transportes da cidade, ou ainda ligar trens a todos estes já deficitários transportes, sem que eles ofereçam um mínimo de conforto de modo a incentivar os cidadãos a preferirem deixar seus carros em casa, desafogando o caótico trânsito.
Quanto á geração de empregos, mais especificamente, vincular esta apenas à construção civil em função das grandes obras para os grandes eventos que ocorrerão na cidade, não é solução, é paliativo. Ao governo municipal, cabe atrair empresas para a região, bem como incentivar a criação de novos empreendimentos, como forma de garantir a geração de trabalho e renda para seus cidadãos e de evitar a desordem social, causada, em parte, pela ocupação descontrolada do espaço público pela iniciativa informal, como acontece com vendedores ambulantes e com o transporte alternativo.
 
Quatro anos é tempo suficiente para encontrar soluções para os problemas mais importantes e urgentes da população e para colocá-las em prática, já que a maioria dos candidatos à prefeitura e câmara dos vereadores juram conhecer e ter soluções para todos estes problemas, quando em campanha eleitoral. Se os eleitos não conseguem resolver estas questões neste período, não o farão nem em 8, 12 ou mais anos.

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