31 de jan. de 2010

"Discursos de Mussolini batem recorde de downloads."

"Roma, 27 jan (EFE).- Um aplicativo que reúne seis discursos de Benito Mussolini criada por um jovem napolitano de 25 anos para a loja virtual Apple iTunes é o segundo programa mais baixado nos iPhone italianos, com mais de 4 mil downloads." (Fonte: Yahoo! Notícias-Brasil)

A falta de cultura geral e de um pouco de interesse pela história - geral ou local - faz com que o povão repita os hábitos e comportamentos alheios, só pelo modismo. Os nazi-fascistas brazucas são um bom exemplo disso: repetem algo que não é da nossa cultura, para combater aqueles que ajudaram (e ajudam) a construir seu patrimônio, que levantaram suas moradias, que lhes servem café, almoço e lavam suas cuecas etc. E sequer conseguem raciocinar sobre isso.
Em outras palavras, a preguiça mental vai na contramão do que esperava a sociedade da informação.
A tendência é que as gerações futuras comam cocô, caso alguém resolva lançar a idéia num BBBosta da vida...

Meu amigo Cláudio completa:
- Comer cocô é o que diriam os otimistas, porque os pessimistas diriam que não há cocô para todos, eheheh!!!! Apesar do monte de merda que a tv joga em nossas caras todos os dias...

Modelo teria retirado os mamilos e "lacrado" a perereca para desfilar nua no carnaval.

Um site publicou uma notícia, de brincadeirinha, envolvendo uma modelo, famosa pelas várias plásticas que já fez e por desfilar somente com o corpo pintado no carnaval.
Como o título sugere, a fantasiosa cirugia teria alterado partes bastante significativas da anatomia da guria (Tá bom, não é guria, mas está muito melhor que muitas gurias que conheço!). Esta cirurgia já foi desmentida por ela e pelo cirugião (o resultado seria muito fácil de ser conferido no carnaval) e a história vai render processo na justiça ao referido site.

Então, no campo das hipóteses, teço meus comentários sobre o assunto da tal "notícia".

1) Se a "perereca" (que nome mais feio e antigo!) estivesse tampada, ou colada, ou lacrada, por onde ela faria xixi?
2) Duvido que os fãs dela - ou de qualquer pessoa - sugerissem ao ídolo uma cirurgia dessas.
3) Acho que uma mulher sem mamilos e "perereca" fica parecendo um fusca com os paralamas lisos, sem faróis; e o caput, também liso, sem friso, sem alça e sem logomarca. Um fusca assim seria exótico, certamente, mas será que agradaria, ou que deixaria alguém com desejo pelo veículo? A mim, nem um pouco...
4) Concordo que não haja nenhuma conotação sexual em se desfilar sem roupas (fantasia!) na avenida. Também creio na inocência do Arruda e do Pimenta Neves.
5) A escola de samba pela qual ela supostamente desfilaria "promete inovar fazendo uma homenagem para Michael Jackson na avenida". Só se a homenagem for uma bizarrice dessas!

...

Ah, que sensação de perda de tempo...

15 de jan. de 2010

Troféu "Perdi uma ótima chance de ficar calado!"

O troféu "Perdi uma ótima chance de ficar calado!" é uma criação deste blog (pelo menos, ainda não vi nada parecido!) e é conferido às personalidades que andaram soltando o verbo sem pensar, sem querer ou mesmo sem saber, na grande mídia.

Em sua estréia ele premiou o jornalista Bóris Casoy pelas declarações preconceituosas e prepotentes sobre garis que, no telejornal apresentado por Bóris, desejaram feliz 2010 aos telespectadores. Logicamente, o até então conceituado jornalista não disse isso no ar, mas sua voz pôde ser ouvida em off, após o término da última edição de 2009 do telejornal.

Mas Bóris nem têve tempo de comemorar direito: o troféu já mudou de mãos. Desta vez ele foi conquistado pelo cônsul geral do Haiti em São Paulo, Gerge Samuel Antoine que, sem saber que estava sendo gravado, disse que o terremoto do último dia 12 no Haiti está "sendo bom" para seu trabalho e que a tragédia pode ter ocorrido por causa da religião praticada por boa parte dos haitianos, descendentes de africanos. Segundo ele, "A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido. Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f..."

Se formos concordar com este raciocínio, seria lógico concluir que se ninguém tivesse ido à África buscar mão-de-obra escrava, não haveria miséria nem terremoto no Haiti. Talvez, só na África mesmo...
A corda sempre arrebenta do lado mais fraco, não é Sr. Consul? Para sorte do planeta, o Sr. não é, assim... uma Brastemp.

Quem será o próximo ganhador do troféu "Perdi uma ótima chance de ficar calado!"?

"O Haiti é aqui, o Haiti não é aqui..." Ajudar para que?


Os olhos do mundo se voltaram novamente para o Haiti. Desta vez por conta de um terrível terremoto que atingiu o país no último dia 12, a aproximadamente 22 quilômetros de sua capital, Porto Príncipe. O número de mortos ainda é incerto, mas pode chegar aos 100 mil. Toda ajuda internacional, neste momento, é necessária, mas alguns brasileiros questionam a ajuda financeira do Brasil aos haitianos. Eu, inclusive. O motivo?

As últimas chuvas no final de ano, aqui mesmo, no Brasil, deixaram milhares de desabrigados e muitos mortos. Muita gente perdeu família, trabalho, moradia e não o que comer. Aliás, esta é a situação de muita gente por aqui, vítima das catástrofes sociais provocadas pela má administração pública e privada, e pela corrupção e falta de ética em todas as esferas do poder. Como não há punição alguma para quem faz errado ou deixa de fazer o certo, a tendência é aumentar o número de vítimas destas nossas catástrofes.
As catástrofes naturais podem até não serem previsíveis e evitadas, e é possível atingir do cidadão mais pobre ao mais rico, mas as ações decorrentes a médio e longo prazo podem ser mais eficientes; infelizmente, no Brasil, isso ainda depende do status social dos vitimados que sobreviverem.

Enquanto isso, no Haiti...
Desde o período de colonização o Haiti possui uma economia primária. Hoje, seu principal produto de exportação ainda continua sendo o açúcar, mas banana, manga, milho, batata-doce, legumes e tubérculos também são alguns de seus principais produtos. A economia haitiana é, há tempos, um completo desastre. O país, extremamente pobre, é tão miserável quanto o Timor-Leste; 80% da população vive em miséria absoluta; 45,2% é analfabeta, e a expectativa de vida é de apenas 61 anos. A renda per capita é 1/3 da renda da “nossa” favela da Rocinha. 90% dos haitianos são de ascendência africana. Ah... Isso explica o título, eu acho! Tanto no Brasil quanto no Haiti, a escravidão deixou (e deixa) seu rastro de miséria ou pobreza. Antes, explorados à exaustão, depois descartados, os escravos; libertos, não receberam qualquer indenização. Imagine um país com 90% da população descendente dessas pessoas. Mas tem mais...

Como Haiti chegou a esta situação?
Pra resumir, a ilha descoberta por Cristóvão Colombo em 1492, já teve a parte correspondente ao Haiti cedida à França pela Espanha em 1697, sendo a mais próspera colônia francesa na América no século XVIII, graças à exportação de açúcar, cacau e café, plantados e produzidos pelos escravos. Após uma revolta destes escravos, em 1794 a servidão foi abolida (a primeira abolição nas Américas), mesmo ano em que a França passou a dominar toda a ilha. Após um período de disputas entre franceses e espanhóis envolvendo a morte de um ex-escravo que se tornara governador-geral, independência do país, divisão de terras, reocupação, reunificação e, nova a independência – a da República Dominicana, o Haiti pôde ser finalmente, ele mesmo. Da segunda metade do século XIX ao começo do século XX, 20 governantes sucederam-se no poder, sendo 16 deles depostos ou assassinados. Para completar, ocupação norte-americana, uma feroz ditadura que exterminou a oposição, estados de sítio, protestos populares, fuga de ditador, seguidos golpes de Estado pelos militares, sanções econômicas da OEA e ONU (e pressão dos EUA); e mais: bloqueio total ao país, novo estado de sítio, e intervenção militar, em 1994, liderada pelos Estados Unidos; daí em diante, apesar de avanços na área política, o Haiti viveu mergulhado em crises, e as necessidades básicas do povo haitiano só aumentaram; a suspeita de manipulação nas eleições de 2000 com pedidos de renúncia do presidente e os conflitos armados nas ruas culminaram com um pedido de assistência às Nações Unidas para apoiar uma transição política pacífica e constitucional e manter a segurança interna, e o Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio da Força Multinacional Interina (MIF), liderada pelo Brasil, para esta tarefa. Posteriormente, foi estabelecida a “Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti”, que assumiu a autoridade exercida pela MIF em 1º de junho de 2004.

Então, o que o Brasil tem com isso?
Do ponto de vista econômico, absolutamente nada. Espanha, França e Estados Unidos, de algum modo e em algum momento, foram os países que se beneficiaram do que o Haiti tinha para oferecer, e pelo que vemos hoje, não deram nada em troca. Já passa da hora de retribuir.
Do ponto de vista político e social, embora não seja sua responsabilidade, o Brasil já tem ajudado muito, inclusive com a exposição da vida dos militares e civis que lá estão ou estiveram, seja para reestabelecer a ordem, seja para assistir a população necessitada. Mas isto caberia, primordialmente, à Espanha, França e Estados Unidos.
Do ponto de vista humanitário, entretanto eu não questiono: temos tudo a ver. A solidariedade e a compaixão à dor física e moral não deve ter fronteiras, embora deva obviamente respeitar as convenções internacionais e a soberania de cada nação.

Assim ajude o quanto puder, seja aos brasileiros ou aos haitianos. Ou a qualquer outro povo que precise. Com dinheiro, doações ou serviço. Mas ajude, principalmente, com seu tempo: experimente dedicar pelo menos um minuto do seu dia, por alguns dias, a emitir um pensamento positivo, desejando um alento a cada vítima destas tragédias naturais ou sociais, ou mesmo de cada tragédia diária,como um acidente de trânsito, por exemplo. Se for tudo que você pode fazer, faça. E agradeça, se não for você o necessitado da ajuda.

Ah! A padroeira do Haiti, na Igreja Católica, é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.


Fonte: wikipedia.org

10 de jan. de 2010

Aberta a temporada de reprises!

Sai ano, entra ano, é sempre a mesma coisa na TV aberta: começam as reprises de todo tipo, de (poucas) boas coisas e de (muita) porcaria. Geralmente, a temporada dura três longos meses, e até lá, as únicas novidades são uma ou outra minissérie, a milionésima edição do BBB, e o concurso da musa do carnaval.
Bem que as emissoras de TV poderiam imitar outros setores e criar plantões de criatividade, ou seja: Durante alguns meses do ano, os plantonistas planejariam e produziriam programas - temporários - para "tapar buracos" de férias de apresentadores e equipes técnicas e serem exibidos neste período.
De reprises, já bastam os "vale a pena ver de novo" e as retrospectivas de fim de ano.

Depois se queixam de baixa audiência...