13 de jan. de 2008
Do que eu não quero esquecer. - Parte I
Mas nem sempre foi assim.
"Mas nem sempre foi assim."
Frase preferida por 9 entre dez jornalistas... e alguns publicitários. Eu detesto!
"No nosso aniversário, quem ganha o presente é você!"
Frase preferida por 9 entre 10 publicitários... e alguns RPs. Eu também detesto!
Novelas... Vê-las ou não vê-las?
Não, não gosto de acompanhá-las.
Explico: Já assisti a muitas, quando tinha tempo sobrando. Depois, além da falta de tempo, fui percebendo que todas tinham o mesmo enredo. Bastava ver os primeiros capítulos para saber antecipadamente como acabariam, e conferir no final. Raras surpreendiam. Acho que a primeira grande surpresa foi a do vilão que não foi preso, nem morreu: fugia de avião para o exterior, dando uma “banana” para o Brasil. Ousadia, bacana. Não foi um final que queríamos, mas começava a mostrar como as coisas no país estavam ficando. E ficaram.
Não conheço todas as novelas atuais, mas os autores e diretores, me parece, foram produzidos em série. Há três ou quatro fórmulas para se “construir” as histórias. Exemplos: Por conta dos rumos do Brasil, como falei antes, os vilões morrem ou ficam loucos e morrem. Ninguém mais vai preso. Bárbara e Nazareth se jogaram de costas, de um abismo e de uma ponte, respectivamente, para deixar seus torturados em paz.
Perdi a conta de quedas de escadarias, falsos paralíticos que tiram proveito da falsa condição para infernizar a vida dos mocinhos e mocinhas. Vítimas que abrem portas, dizem “Você!” e são assassinadas. O casal que sofre o pão que o diabo amassou em “dia de pão com lingüiça” durante toda a história, para ficar junto no fim. Falsa gravidez, então, é lugar comum. Bah! Muito se repete, enfim.
Já não bastasse o tédio, ainda há a falta de qualidade do “produto”. Alguns amigos têm verdadeira repulsa pela TV Globo; com certa razão, mas ela tem tecnologia de ponta e profissionais que sabem tirar proveito disso, o que faz alguma diferença. As novelas dela não são boas, mas as concorrentes lhe copiam as fórmulas, e seus “produtos” em geral são muito ruins. Há uma, na Record, que conta a história de seres mutantes criados em laboratório, vivendo entre seres comuns. O ritmo da trama - nas cenas de ação, principalmente - é patético, não condiz com a “originalidade” do tema, mas não ficou devendo nada às cenas de invasão da Favela da Portelinha, em Duas Caras, da principal rival.
Até para escolha de títulos há que se ter bom senso: O que “Caminhos do Coração”, por exemplo, tem a ver com mutantes, vampiros, lobisomens etc.? Outro título, da mesma emissora, é “Amor e intrigas”; tirando o fato que parece extraído de uma novela de rádio dos anos 30 ou 40, é óbvio demais. Toda novela tem amor e intrigas! Poderia ser o nome da “Malhação”, inclusive: “Amor e intrigas – temporada 2005, 2006, 2007, 2008”. Malhação não varia nunca.
Salvam-se, pelo menos, uns dois autores, um diretor e alguns pouquíssimos artistas, que por vezes, vemos em ridículos papéis. Eles têm que pagar suas contas no fim do mês, coitados.
Sim, sei que por trás de tudo isto há uma estrutura mercantilista cobrando audiência para atrair investimentos dos patrocinadores e anunciantes, para manter a empresa funcionando. Superar a concorrência ficou para segundo plano. Por isso, “nada de novo no front”.
Voltando ao início, gosto de novelas. Melhor dizendo, gosto de histórias bem contadas, bem conduzidas, bem produzidas e bem interpretadas, de livros a teatro de bonecos. Para acompanhar as novelas hoje, no entanto, elas teriam que ser mais curtas, menos óbvias (surpreendam, senhores autores e diretores!!!) e logicamente, eu teria que ter algum tempo livre.
Ainda bem que não tenho.
Cine / Vídeo: Portunhol X Espanglês – o filme
Spanglish, o título original, é um bom filme. O problema é a tradução do título para o português. Se legendado, tudo bem, já que os diálogos são originalmente em espanhol e inglês. Mas dublado, em português e espanhol, deveria se chamar Portunhol ou Espanguês!
Alguns títulos de filmes em português não condizem com seus originais em inglês ou outras línguas. A gente nem percebe ou sabe, ás vezes. Mas no caso de Spanglish, bem que poderiam ter pensado em algo menos conflitante.
Faça-se a luz, Rioluz!!! - Última parte
3 de jan. de 2008
Novo Palmares
Falei na postagem anterior (Meu Natal 1) sobre uma comunidade carente
“Existe uma comunidade
Próxima a esta, separada apenas por um canal (ou valão), há uma outra comunidade bem pequena, com cerca de 30 barracos, nos fundos de um luxuoso condomínio. Faço parte de um grupo que distribui brinquedos e alimentos no Natal para esta pequena comunidade, há alguns, e noto claramente que eles ainda não recebem ou receberam a devida atenção do poder público, pois as condições de vida no local são precárias. Há trechos em que é preciso caminhar sobre pedras e tábuas, por causa da água suja do "canal", para chegar às casas.
Assim, pergunto se eles não podem ser removidos para um local mais adequado e de acordo com suas necessidades, ou se, na impossibilidade da remoção, o local atual não poderia receber algum tipo de urbanização que melhorasse as condições de vida daquela gente, que merece e precisa bem mais do que a doação esporádica de alimentos e brinquedos.”
Resposta:
"A Gerência do Programa Favela Bairro informou q a comunidade citada foi cadastrada para avaliação."
Um ano depois, ao constatar que nada mudou, escrevi:
“Faz um ano que enviei a solicitação de Número: X, que foi encaminhada à Gerência do Programa Favela Bairro (...). Decorridos pouco mais de 365 dias, constatamos que não houve qualquer alteração para melhor no quadro anterior. O que impede ações neste sentido?”
1ª Resposta, em 22/01/2007:
“Sua reclamação foi encaminhada à Gerência do Programa Favela Bairro para conhecimento e resposta. Breve retornaremos.”
2ª Resposta, em 2 24/01/2007:
“A Gerência do Programa Favela Bairro informou que até o momento não há qualquer alteração. A comunidade encontra-se cadastrada para avaliação, ainda sem previsão de data.”
Janeiro de 2008... Continuo (me) perguntando: O que impede ações neste sentido?
Obviamente, o alimento dos políticos e de seus beneficiados é a miséria. Sem ela, eles não se sustentam. Por estas e outras, mantenho meu voto. Adivinhe qual é?
Meu Natal na TV
A TV Futura exibiu o filme Dr. Jivago, acho que todos os dias. É uma versão sem o Omar Schariff, deve ser atual. Vi alguns trechos, alguns dias; nunca vi o filme inteiro, nem na clássica versão. Não por falta de vontade.
Ainda na Futura, um show para crianças (acho que todos os dias também) me prendeu mais a atenção, especialmente por uma música: “O que é que tem na sopa do neném”. Muito divertida, com uma performance legal dos artistas - Palavra Cantada - e ótima interação com a platéia de adultos e crianças, que receberam colheres de sopa para auxiliar a percussão. Fiquei na dúvida se fui “fisgado” pelo meu instinto paternal ou pelo meu “Estado do Ego Criança” (segundo aprendi na Análise Transacional com meus amigos Fagim e Dani, e estou desenvolvendo nas aulas de Biodanza com a Irene). De qualquer modo, sempre gostei de bons programas infantis. Acho que não estou fadado a ser um velho totalmente chato!
Na TV aberta, só gostei do especial com o Luiz Fernando Guimarães, principalmente pela adorável participação da Cláudia Abreu, e de alguns filmes da TV Brasil (antiga TVE), entre eles Anahy de Las Missiones (tá, este tinha a Dira “Solineuza” Paes no elenco, mas o filme é bom!).
Quanto à Xuxa, Didi e Lili, Roberto Carlos, Ivete Sangrá-lo... Prefiro não comentar, já que fiz questão de não assistir. Mas não condeno quem gosta: ninguém é perfeito!
Meu Natal 2 e Ano Novo
Entre as duas festas, meu sobrinho mais velho e a esposa me presentearam com a notícia de que vou ser tio-avô...!
Adeus, Ano-Velho, feliz Ano-Novo: Ao redor de casa, o “glamour” da tradicional queima de fogos dos meus vizinhos da Taquara... Aqui não é uma Copacabana, mas pelo menos a gente se diverte!
Meu Natal 1
Depois de 1 ou dois anos ausente da distribuição de brinquedos, alimentos e roupas para uma pequena comunidade carente de Vargem Pequena, coisa que ajudo alguns amigos a fazer na época do Natal há pelo menos 7 anos, creio, retornei neste final de 2007.
Fiquei bastante “mexido” (um sinônimo brando para emocionado) desta vez, já que ao lado de antigos e novos companheiros de trabalho lembramos da trajetória do grupo, das pequenas dificuldades que tínhamos, por vezes, de chegar lá, das grandes privações que as pessoas da comunidade provavelmente passam durante todo o ano, de cada olhar de agradecimento e felicidade dos que recebem os presentes...
O que mais me tocou, desta vez, foi o comentário do meu amigo Léo (um dos novatos) ao dizer, antes de sairmos de nosso “QG” atual, a casa do “Seu Manel”, que geralmente achamos que estamos fazendo um benefício para alguém que precisa, quando na verdade os maiores beneficiados somos nós mesmos. Caiu a ficha: o que eu faria lá, naquele domingo antes do Natal e o que fiz nos anos anteriores, nesta tarefa, era fazer bem a mim mesmo. Se a sensação de quem recebe nossos presentes materiais, atenção e carinho é agradável – nota-se na expressão da maioria deles -, o que sinto somente em poder fazer parte deste momento é simplesmente maravilhoso. Fico com a impressão de que por isto e para isto existo. Dê-se a isso o nome que for: paz de espírito, consciência tranqüila, dever cumprido, sei lá...