Sim, gosto de novelas.
Não, não gosto de acompanhá-las.
Explico: Já assisti a muitas, quando tinha tempo sobrando. Depois, além da falta de tempo, fui percebendo que todas tinham o mesmo enredo. Bastava ver os primeiros capítulos para saber antecipadamente como acabariam, e conferir no final. Raras surpreendiam. Acho que a primeira grande surpresa foi a do vilão que não foi preso, nem morreu: fugia de avião para o exterior, dando uma “banana” para o Brasil. Ousadia, bacana. Não foi um final que queríamos, mas começava a mostrar como as coisas no país estavam ficando. E ficaram.
Não conheço todas as novelas atuais, mas os autores e diretores, me parece, foram produzidos em série. Há três ou quatro fórmulas para se “construir” as histórias. Exemplos: Por conta dos rumos do Brasil, como falei antes, os vilões morrem ou ficam loucos e morrem. Ninguém mais vai preso. Bárbara e Nazareth se jogaram de costas, de um abismo e de uma ponte, respectivamente, para deixar seus torturados em paz.
Perdi a conta de quedas de escadarias, falsos paralíticos que tiram proveito da falsa condição para infernizar a vida dos mocinhos e mocinhas. Vítimas que abrem portas, dizem “Você!” e são assassinadas. O casal que sofre o pão que o diabo amassou em “dia de pão com lingüiça” durante toda a história, para ficar junto no fim. Falsa gravidez, então, é lugar comum. Bah! Muito se repete, enfim.
Já não bastasse o tédio, ainda há a falta de qualidade do “produto”. Alguns amigos têm verdadeira repulsa pela TV Globo; com certa razão, mas ela tem tecnologia de ponta e profissionais que sabem tirar proveito disso, o que faz alguma diferença. As novelas dela não são boas, mas as concorrentes lhe copiam as fórmulas, e seus “produtos” em geral são muito ruins. Há uma, na Record, que conta a história de seres mutantes criados em laboratório, vivendo entre seres comuns. O ritmo da trama - nas cenas de ação, principalmente - é patético, não condiz com a “originalidade” do tema, mas não ficou devendo nada às cenas de invasão da Favela da Portelinha, em Duas Caras, da principal rival.
Até para escolha de títulos há que se ter bom senso: O que “Caminhos do Coração”, por exemplo, tem a ver com mutantes, vampiros, lobisomens etc.? Outro título, da mesma emissora, é “Amor e intrigas”; tirando o fato que parece extraído de uma novela de rádio dos anos 30 ou 40, é óbvio demais. Toda novela tem amor e intrigas! Poderia ser o nome da “Malhação”, inclusive: “Amor e intrigas – temporada 2005, 2006, 2007, 2008”. Malhação não varia nunca.
Salvam-se, pelo menos, uns dois autores, um diretor e alguns pouquíssimos artistas, que por vezes, vemos em ridículos papéis. Eles têm que pagar suas contas no fim do mês, coitados.
Sim, sei que por trás de tudo isto há uma estrutura mercantilista cobrando audiência para atrair investimentos dos patrocinadores e anunciantes, para manter a empresa funcionando. Superar a concorrência ficou para segundo plano. Por isso, “nada de novo no front”.
Voltando ao início, gosto de novelas. Melhor dizendo, gosto de histórias bem contadas, bem conduzidas, bem produzidas e bem interpretadas, de livros a teatro de bonecos. Para acompanhar as novelas hoje, no entanto, elas teriam que ser mais curtas, menos óbvias (surpreendam, senhores autores e diretores!!!) e logicamente, eu teria que ter algum tempo livre.
Ainda bem que não tenho.
Não, não gosto de acompanhá-las.
Explico: Já assisti a muitas, quando tinha tempo sobrando. Depois, além da falta de tempo, fui percebendo que todas tinham o mesmo enredo. Bastava ver os primeiros capítulos para saber antecipadamente como acabariam, e conferir no final. Raras surpreendiam. Acho que a primeira grande surpresa foi a do vilão que não foi preso, nem morreu: fugia de avião para o exterior, dando uma “banana” para o Brasil. Ousadia, bacana. Não foi um final que queríamos, mas começava a mostrar como as coisas no país estavam ficando. E ficaram.
Não conheço todas as novelas atuais, mas os autores e diretores, me parece, foram produzidos em série. Há três ou quatro fórmulas para se “construir” as histórias. Exemplos: Por conta dos rumos do Brasil, como falei antes, os vilões morrem ou ficam loucos e morrem. Ninguém mais vai preso. Bárbara e Nazareth se jogaram de costas, de um abismo e de uma ponte, respectivamente, para deixar seus torturados em paz.
Perdi a conta de quedas de escadarias, falsos paralíticos que tiram proveito da falsa condição para infernizar a vida dos mocinhos e mocinhas. Vítimas que abrem portas, dizem “Você!” e são assassinadas. O casal que sofre o pão que o diabo amassou em “dia de pão com lingüiça” durante toda a história, para ficar junto no fim. Falsa gravidez, então, é lugar comum. Bah! Muito se repete, enfim.
Já não bastasse o tédio, ainda há a falta de qualidade do “produto”. Alguns amigos têm verdadeira repulsa pela TV Globo; com certa razão, mas ela tem tecnologia de ponta e profissionais que sabem tirar proveito disso, o que faz alguma diferença. As novelas dela não são boas, mas as concorrentes lhe copiam as fórmulas, e seus “produtos” em geral são muito ruins. Há uma, na Record, que conta a história de seres mutantes criados em laboratório, vivendo entre seres comuns. O ritmo da trama - nas cenas de ação, principalmente - é patético, não condiz com a “originalidade” do tema, mas não ficou devendo nada às cenas de invasão da Favela da Portelinha, em Duas Caras, da principal rival.
Até para escolha de títulos há que se ter bom senso: O que “Caminhos do Coração”, por exemplo, tem a ver com mutantes, vampiros, lobisomens etc.? Outro título, da mesma emissora, é “Amor e intrigas”; tirando o fato que parece extraído de uma novela de rádio dos anos 30 ou 40, é óbvio demais. Toda novela tem amor e intrigas! Poderia ser o nome da “Malhação”, inclusive: “Amor e intrigas – temporada 2005, 2006, 2007, 2008”. Malhação não varia nunca.
Salvam-se, pelo menos, uns dois autores, um diretor e alguns pouquíssimos artistas, que por vezes, vemos em ridículos papéis. Eles têm que pagar suas contas no fim do mês, coitados.
Sim, sei que por trás de tudo isto há uma estrutura mercantilista cobrando audiência para atrair investimentos dos patrocinadores e anunciantes, para manter a empresa funcionando. Superar a concorrência ficou para segundo plano. Por isso, “nada de novo no front”.
Voltando ao início, gosto de novelas. Melhor dizendo, gosto de histórias bem contadas, bem conduzidas, bem produzidas e bem interpretadas, de livros a teatro de bonecos. Para acompanhar as novelas hoje, no entanto, elas teriam que ser mais curtas, menos óbvias (surpreendam, senhores autores e diretores!!!) e logicamente, eu teria que ter algum tempo livre.
Ainda bem que não tenho.
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