5 de nov. de 2009

Geisy Arruda, a "Maria Madalena" do século XXI


A estudante de Turismo da UNIBAN, Geisy Arruda, foi ofendida, cercada e intimidada por vários de seus colegas no campus da universidade, por conta da roupa ousada que vestia. Aos gritos de "prostituta! prostituta! prostituta!" (a linguagem falada foi mais coloquial do que esta minha, escrita), a turba ensandecida a seguia, até que a polícia, acionada, fosse lá retirar a jovem das garras das feras incontroladas. Isso aconteceu na semana passada.

Isto aqui aconteceu há mais de dois mil anos: “Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério, fazendo-a ficar de pé no meio de todos e disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? (...) Jesus se levantou e lhes disse: aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. (...) Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até os últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: mulher, onde estão teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela, ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus, nem Eu tampouco te condeno; vá e não peques mais".
O Evangelho Segundo João - capítulo VIII

Antes de mais nada, estou ciente de que a mulher adúltera da passagem acima e Maria Magdalena, segundo a história bíblica, não são a mesma pessoa. No entanto, frequentemente, são confundidas pelos leigos. Maria Madalena era uma prostituta que, arrependida de seus pecados, foi salva por Jesus; a própria Igreja a estigmatizou como uma mulher promíscua, devassa. Foram precisos 1.378 anos para que o Vaticano corrigisse essa afirmação, em 1969. (fonte: http://www.misteriosantigos.com/jesus_mmada_davinci.htm)
Além disso, penso que o que Geisy faz de sua vida é assunto dela. Ela poderia estar roubando, matando, alimentando o tráfico de drogas e armas, desviando verbas públicas... mas, me parece, seu "crime" foi apenas o de ser uma "loira gostosa usando um provocativo vestido vermelho". Sendo assim, ninguém tem o direito de lhe jogar pedras.

Crenças religiosas à parte, o que quero ressaltar aqui é o atraso em que alguns de nossos companheiros de jornada terrena ainda insistem em viver. Numa época – e, no caso, num ambiente acadêmico - em que se defende tanto a tolerância para com as diferenças, em que se discutem tanto as liberdades individuais, infelizmente ainda existem algumas pessoas que pensam e agem como se estivessem vivendo VINTE SÉCULOS atrás, mas que se acham modernas, "descoladas", cabeças-abertas. Vão para suas baladas, beijam várias bocas diferentes na mesma noite, bebem e dirigem irresponsavelmente, dispensam o sexo seguro, entre outras coisas. Aí, resolvem escolher alguém para atirar as pedras moldadas com as suas frustrações. E ainda encontram várias “vaquinhas de presépio” para acompanhá-las, por “pura” diversão.

Todo cuidado é pouco. Nesse exato momento, uma ou mais dessas pessoas podem estar sentadas ao seu lado, na faculdade, no shopping, na balada, só esperando um vacilo seu, para mostrar toda a hostilidade de que são capazes, todo seu atraso evolutivo. Pior que isso? Só se uma delas for você.

Sugestão para os atrasadinhos: usem essa energia para lutar por algo mais justo e importante socialmente; reúnam-se, vão para as câmaras e assembléias, para o Congresso e o Senado, para os tribunais, e exijam a moral, os bons costumes, a ética e o respeito daqueles que nos esculacham o tempo todo, que fazem o que querem com o nosso dinheiro. Isso, eu apóio; mas sem violência.

Gostou? Comente! Não gostou? Comente, também! Senão, como vou saber?

Um comentário:

  1. Vi! Quero saber agora se - e quando - vão expulsar também os "mercadores" daquele "templo".

    Ó, raça hipócrita!

    ResponderExcluir

Obrigado por seu comentário. Concordando ou não com ele, provavelmente nos será útil, de alguma forma.