26 de jun. de 2010

Pra não dizer que não falei da Copa... Parte 4: Brasil X Portugal: Sou japonês e não desisto nunca!

R$ 285,00. Este foi o preço aproximado para o ingresso do jogo de ontem. Quem não pagou e assistiu pela TV, aqui ou na Africa do Sul, e GOSTA de futebol, reclamou muito do segundo tempo. Fiquei imaginando os pagantes, que mereciam ser ressarcidos de, pelo menos, a metade do valor pago, já que o que NÃO se viu foi uma partida de futebol: uma equipe não queria atacar, e a outra só queria se defender; o jogo - de interesses - não saía do meio de campo. Estava bom para os dois, mas péssimo para o público. Ninguém para defender estes pobres consumidores?

Na coletiva após a partida, nosso técnico, o Zangado, disse que até os cinco minutos finais nosso "escrete canarinho" buscava o ataque, mas esbarrava numa fechada defesa adversária. A que jogo ele se referia? A não ser que só se referia ao primeiro tempo do jogo, mas não foi isso que deu a entender.

Postura de campeão? Pode ser, quando só se pensa no resultado e não na competividade. Mas não é postura de vencedor, daquele que ousa, mas sem descuidar de sua defesa; e mesmo que perca - é um jogo, afinal - será lembrado pelo empenho e capacidade. Brio. Coisa que Brasil e Portugal não mostraram; coisa que o Japão mostrou contra a Dinamarca, ao vencer por dois a zero, jogando para a frente, quando só precisava de um empate, mesmo com a resistência do adversário.

Na segunda fase da Copa, o empate sempre será "bom" para equipes que jogam como Brasil e Portugal, que certamente vão preferir contar com a sorte nas disputas de pênaltis.

Para quem GOSTA de futebol, sugiro os jogos de Japão, Argentina, Uruguai, Paraguai...

Sou japonês e não desisto nunca!

18 de jun. de 2010

Pra não dizer que não falei da Copa... Parte 3: Os "poderosos" europeus e a imprensa brasileira

Alguns locutores e comentaristas brasileiros, "papagaios" dos seu colegas europeus, ficam desesperados com os tropeços das favoritas à Copa, já que todas as tentativas de elogios durante as transmissões dos jogos do Mundial sucumbem diante das imagens e dos resultados. As poderosas Alemanha, Inglaterra, Espanha e França (eu já sabia!) não são os bichos papões que eles diziam (e ainda insistem em dizer!).
Um locutor de uma emissora de TV paulista torceu descarada e deseperadamente para os ingleses contra a Argélia, durante a narração do jogo. Talvez mais pelo temor do descrédito diante de seu público. É nisso que dá repetir o que os outros falam.

14 de jun. de 2010

Pra não dizer que não falei da Copa... Parte 2: A bola é ruim, mesmo?


Alguns jogadores andaram criticando a tal de Jabulani, a bola oficial criada para esta Copa, e fiquei pensando nos meus tempos de boleiro, onde bastava que a pelota fosse redonda, cheia e suficientemente pesada; normalmente, uma boa Dente-de-Leite bastava; botar a culpa na bola era desculpa de quem não tinha habilidade, como eu (mas eu não criticava a bola!).
Já no futebol profissional é diferente, claro: algumas regras devem ser seguidas, inclusive com relação à redondinha. Um campeonato mundial de futebol deve manter uma padronização da bola, e a FIFA estabelece este padrão. A pergunta é inevitável:

Por que as reclamações, se as bolas são fabricadas por empresas esportivas tradicionais e que detêm tecnologia suficiente para produzir o que há de melhor? Pelo que me lembro, as bolas das Copas anteriores também foram criticadas... será "choro" antecipado frente a uma possível má atuação dos jogadores?

Vou responder depois desta comparação entre o que determina a FIFA e o que é feito pelo atual fabricante (não me arrisquei a traduzir do espanhol, mas acho que nem é necessário):


A tabela comparativa mostra que a Jabulani, além de estar dentro das normas oficiais, mostra-se superior em alguns itens.

A resposta às perguntas acima parecem estar apenas na rivalidade comercial e no marketing agressivo promovido pelas empresas concorrentes. Os jogadores que consideraram a Jabulani como "muito ruim" ou "bola de mercado" são patrocinados por uma outra poderosa empresa esportiva concorrente daquela que fabricou a bola deste e do mundial anterior. A única dúvida seria se eles a criticaram somente por fidelidade aos seus patrocinadores, ou se receberam algum incentivo a mais para fazê-lo...

Cuidado com seu ídolo: ele pode estar manipulando você, e ganhando para isso. Então, quando for comprar uma bola para sua peladinha de fim-de-semana, ou para seu filho brincar, lembre-se que a jabulani é uma bola tão boa quanto as outras de marcas conceituadas.

13 de jun. de 2010

"Selo Homens Fabulosos": Eu mereço!

Minha amiga Izabel, do blog Memórias de Vidas Passadas, me ofertou um selo muito especial, principalmente pelo que ele representa e por ter vindo num momento importante para mim. Reproduzo parte de sua justificativa:

"(...) os meus indicados são HOMENS
com letra maiúscula mesmo, inteligentes bem acima da média,
brilhantes no trabalho que fazem, criativos, interessantíssimos,
fortes nas suas palavras e posturas, alegres, etc etc etc

e extremamente e docemente AMOROSOS!
e demonstram esse Amor sem melindres ultrapasssados...
e Espiritualizados, me passam a imagem daqueles
que já conseguiram abrir os portais do Eu Superior ,
conhecendo os mistérios da Alma!
E são divinos poetas!!!
E são "muito bonitinhos" também!!!
;))"

(Para ver o conteúdo na íntegra, clique na imagem acima.)

Pra não dizer que não falei da Copa...

"Ame-o, apesar de tudo. Ou deixe-o".

As seleções de futebol chegaram ao mesmo nível. A Brasileira, que estava num patamar superior até os anos 80, apenas se adequou ao nível das demais, ou seja: baixou seu nível. Os jogadores brasileiros, exportados para o futebol de outros países, tiveram de se adaptar ao controle de "qualidade" europeu. Nossos últimos técnicos e dirigentes futebolísticos também passaram por esta adaptação, e passaram a considerar que "se é bom para os europeus, é bom para o Brasil", e hoje só contamos com 1 (um) jogador na Seleção que joga aqui no Brasil, e assim mesmo depois de uma longa temporada por aquelas bandas.

Um ex-técnico, dublê de filósofo, disse, certa vez, que não há mais bobos no futebol. Escrevendo agora, me dei conta de que ele, embora falasse do tal nivelamento no campo de jogo, poderia ter seu discurso encaixado na economia: são altíssimos os investimentos e lucros que giram ao redor da bola, e nesse particular não acredito em bobos, somente em oportunidades e conveniências.

Este time brasileiro não me empolga, como não empolgaram os últimos (mesmo o campeão de 1994, que já trazia um pouco daquele tal controle de "qualidade"). Somos uma fábrica de talentos - tanto que exportamos jogadores - e não dependemos de um ou outro para empreender uma jogada espetacular e ganhar uma partida. A mídia se esforça em passar uma imagem de que Portugal (só tem um jogador de destaque, e sempre decepcionou em Copas), Espanha (nunca justificou a fama), Inglaterra ("inventou" o jogo, mas não sabe o que fazer com ele), França (também só tinha/tem um ou dois jogadores razoáveis) e Alemanha (tem algum craque?) são adversários temíveis. Até os EUA hoje são temidos pelos nossos técnicos! Há algo (muito) errado quando o Brasil se preocupa com adversários como Coréia do Norte e Costa do Marfim. Convenhamos: estas seleções são no máximo boas adversárias entre elas mesmas; e embora sejam respeitáveis (como são os atletas que vestem seus uniformes), no Brasil temos mais e melhores jogadores, muitos deles, felizmente, ainda não submetidos à "qualidade tipo exportação". Lamentavelmente, no entanto, não são escolhidos para a grande vitrine do futebol.

Não falei antes da Argentina de propósito: em qualquer competição de futebol é a única equipe à altura do futebol genuinamente brasileiro; em geral, os hermanos brindam o público com um bom futebol. Antes que alguém diga que torço para argentinos: gosto do espetáculo futebol, e ganhar deles sempre tem um sabor muito especial, ainda que seja com este nosso time "europeu".

Fala sério: Uruguai 0 X 0 França. Só os iguais, mesmo, para temê-los...

1 de jun. de 2010

Eu não sabia...

Falsos médicos e escolas sem registro no Ministério da Educação, só para citar alguns, seguem fazendo vítimas pelo país. Tudo poderia ser evitado com alguns poucos cliques, em simples consultas aos órgãos responsáveis pelos registros de profissionais e empresas. É inadmissível que um hospital ou clínica, por exemplo, contrate um falso profissional já que, para exercer a profissão, ele tem que estar registrado no conselho de medicina, o que pode ser facilmente confirmado por este conselho, na Internet. Em qualquer lan house no país se acessa a Internet.

Estamos conectados ao mundo; mas, lamentavelmente, não conseguimos conectar com nossa própria inteligência e bom senso. Esta acomodação com relação aos assuntos mais importantes para o dia-a-dia, por outro lado, revela uma outra face da massa de internautas brazucas: há uma intensa disposição em participar ativamente, nas comunidades virtuais, de fóruns como "Faz a cena do beijo ou chama o dublê???", "Vc ja viu essa pessoa aí de cima?" ou "Rubro-negros na comunidade!!!" (estes são apenas alguns dos mais movimentados).

Não é uma condenação ao entretenimento: É um convite ao melhor aproveitamento do tempo e dos recursos que temos ao nosso alcance, sem muito esforço; é importante - e possível - esta conciliação.
Quando alguém, hoje, diz "Eu não sabia...", das duas uma: ainda não teve acesso a deteminada informação (estamos sempre aprendendo alguma coisa), ou está tentando justificar sua falta de interesse em conhecer algo que precisava saber, mesmo ante a possibilidade da perda do emprego, da reputação, do amor, da saúde ou da vida.
O interesse é justamente o que nos movimenta, nos faz aprender, crescer; o grande desafio para cada um de nós é determinar a diferença e estabelecer o equilíbrio entre o conhecimento útil e o fútil.
Se você leu e compreendeu este texto, já tem idade e maturidade suficiente para reconhecê-los, utilizar bem seu tempo e recursos, e, obviamente, reduzir os riscos de cair em armadilhas destinadas aos incautos ou ingênuos.