14 de jun. de 2010

Pra não dizer que não falei da Copa... Parte 2: A bola é ruim, mesmo?


Alguns jogadores andaram criticando a tal de Jabulani, a bola oficial criada para esta Copa, e fiquei pensando nos meus tempos de boleiro, onde bastava que a pelota fosse redonda, cheia e suficientemente pesada; normalmente, uma boa Dente-de-Leite bastava; botar a culpa na bola era desculpa de quem não tinha habilidade, como eu (mas eu não criticava a bola!).
Já no futebol profissional é diferente, claro: algumas regras devem ser seguidas, inclusive com relação à redondinha. Um campeonato mundial de futebol deve manter uma padronização da bola, e a FIFA estabelece este padrão. A pergunta é inevitável:

Por que as reclamações, se as bolas são fabricadas por empresas esportivas tradicionais e que detêm tecnologia suficiente para produzir o que há de melhor? Pelo que me lembro, as bolas das Copas anteriores também foram criticadas... será "choro" antecipado frente a uma possível má atuação dos jogadores?

Vou responder depois desta comparação entre o que determina a FIFA e o que é feito pelo atual fabricante (não me arrisquei a traduzir do espanhol, mas acho que nem é necessário):


A tabela comparativa mostra que a Jabulani, além de estar dentro das normas oficiais, mostra-se superior em alguns itens.

A resposta às perguntas acima parecem estar apenas na rivalidade comercial e no marketing agressivo promovido pelas empresas concorrentes. Os jogadores que consideraram a Jabulani como "muito ruim" ou "bola de mercado" são patrocinados por uma outra poderosa empresa esportiva concorrente daquela que fabricou a bola deste e do mundial anterior. A única dúvida seria se eles a criticaram somente por fidelidade aos seus patrocinadores, ou se receberam algum incentivo a mais para fazê-lo...

Cuidado com seu ídolo: ele pode estar manipulando você, e ganhando para isso. Então, quando for comprar uma bola para sua peladinha de fim-de-semana, ou para seu filho brincar, lembre-se que a jabulani é uma bola tão boa quanto as outras de marcas conceituadas.

2 comentários:

  1. Edu, honestamente, tenho a impressão de que há mais coisas entre o pé do jogador e o gol do que sonha a vã tecnologia. Vi os primeiros jogos da Copa, e a bola é meio imprevisível mesmo, ela muda a direção do quique. A aferição da FIFA sem dúvida é boa, mas tem um componente de imponderável no esporte, e é muita coincidência tantos jogadores terem reclamado. Para mim a questão é outra: mesmo que todos reclamassem, não iam trocar a bola, porque hoje a estrela não são eles, mas os contratos milionários. Meu espanto é que alguns tenham tido coragem de falar mal da bola feita pela mesma empresa que faz seus uniformes...

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  2. Túlio, em primeiro lugar, obrigado pelo comentário.
    Em segundo, pode haver falha na aferição das bolas, sim, e realmente fazer um recall "nesta altura do campeonato" seria improvável. Sem fugir do assunto, mas comparando: desconfio da veracidade da informação dos produtos "light" ou "zero trans" que consumimos. Quem garante?
    Voltando à bola: mesmo que ela seja ruim (como o poderia ser o gramado), isso vai afetar a todos os jogadores, de todas as equipes, do mesmo modo; não serve de desculpa para a falha ou a derrota de ninguém.
    Quanto aos contratos milionários no futebol, eu não me espanto com nada. Quando a França venceu a final de 1998 (comparo a uma vitória por W.O.), surgiram boatos de uma "teoria da conspiração" que explicava a apatia de nosso elenco: em linhas gerais, A CBF teria trocado a vitória pelo título de 2002 e para sediar 2014 (um preço político razoável). Boato ou profecia, até aqui os resultados tem sido comprovados...

    Mais do "boato": http://blog.planetagol.com.br/2006/07/02/minha-teoria-da-conspiracao-sobre-o-selecao-brasileira-cbf-e-a-fifa/

    Mais da bola: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/06/17/jabulani-nao-sabe-caminho-do-gol-300769.asp

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