10 de fev. de 2011

Vocação para o serviço público: para o que se faz, ou para o que deveria ser feito?

Alguém disse na TV, em matéria sobre os “concursistas”, que é preciso ter vocação para o serviço público. Isso me faz refletir: a tal vocação seria para o que já se faz, ou para o que deveria ser feito? Seja qual for a resposta, a viabilidade da vida de todos nós e de nossos descendentes neste país depende desta reflexão, mas eu, particularmente, não acredito em mudanças de postura naqueles que hoje ocupam assentos dentro do serviço público. As raríssimas e heróicas exceções que menciono no parágrafo seguinte, obviamente, estão dispensadas desta mudança.

Órgãos públicos são espécies de empresas onde aqueles que as dirigem são mal preparados ou mal intencionados, os funcionários (com raríssimas e heróicas exceções) são mal acostumados, e os clientes (contribuintes, público-alvo, consumidores) são desconsiderados. Ou seja, ‘empresas’ completamente inviáveis, já que não se importam com seus ‘clientes’. O mais triste disso é que muitos dos clientes gostariam de estar no lugar dos funcionários, muitos dos funcionários também são clientes de outros órgãos (e são, por sua vez, igualmente desconsiderados), e muitos dos dirigentes apenas vão trocar de lugar com outros dirigentes de outros órgãos públicos. A aparente ineficiência resultante deste comportamento promove uma necessidade nem sempre real de aumento da mão-de-obra, que alimenta a indústria dos concursos públicos, ou demanda movimentos de paralisação dos serviços na reivindicação por melhores salários, condições de trabalho ou manutenção do emprego. Este conjunto forma um país inviável, e para mantê-lo funcionando, é necessário criar e/ou aumentar impostos.

Círculo vicioso, formado por pessoas com comportamentos viciados.

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