23 de mai. de 2011

O BR de Amanda Gurgel (Lá vem esse cara meter o pau na Educação de novo...)

Pegando carona na repercussão do 'caso' Amanda Cunha, uma não muito extensa vasculhada na web nos permite ver algumas das consequências da falta de investimentos adequados na Educação (a que é oferecida nas escolas, e não aquela recebida de nossos genitores/responsáveis).
Venho de escola pública, e minha escrita não é (e nem sempre foi) das melhores, mas a cada descoberta procurei reter o conhecimento e utilizá-lo, e face ao que tenho encontrado em minhas leituras com cada vez mais frequência, só posso concluir que os Brasileiros estão desaprendendo como se escrevem as palavras, ou não estão aprendendo direito, o que é considero muito pior, e mostra a decadência do ensino neste país. Como resultado, a ignorância de todos os tipos, já que ninguém consegue comunicar algo por escrito com uma razoável eficiência.

Há pouco tempo ouvi de uma pessoa que, suponho, cursou ao menos o ensino médio:
- Você fala muito difícil!
Um rápido exame de consciência me permitiu avaliar que, às vezes, até escrevo de uma forma, digamos...  menos acessível à maioria da população brasileira; mas na linguagem oral, não costumo cometer este "pecado”, justamente por respeito à possível compreensão de quem conversa comigo; em outras palavras, ajusto meu vocabulário conforme o entendimento - que percebo - do meu interlocutor. Isso me levou a concluir que o que havia causado ruído na minha comunicação com essa pessoa não foi somente a diferença de vocabulário - que ainda não havia se revelado em nossas conversas anteriores -, mas um limite que ela não se permitia ultrapassar (incapacitando-se), preferindo convidar-me a não comunicar algo que ela não queria/conseguia entender. Existe na língua portuguesa atual um conjunto de palavras e expressões que estão disponíveis para serem usados, e seria um desperdício e tanto desprezá-lo. Mas só as pessoas interessadas buscam este vasto conteúdo em boas leituras e "perdem tempo" em procurar o significado de uma palavra que não conhecem, mesmo tendo a Internet na tela à sua frente. Um amigo meu costuma dizer, com toda razão, que o dicionário é "o pai dos interessados", e não o pai dos burros, como muita gente diz e infelizmente pensa.

O episódio ocorrido comigo, acima, é o que ocorreu e ainda acontece com o ensino no Brasil (e não é somente no ensino público): os professores são convidados de várias formas e por vários motivos a reduzirem o nível do que precisam ensinar, incapacitando-se - involuntariamente, acredito - e, como consequência, incapacitando também seus alunos. É uma autêntica bola de neve, só que ao contrário: cada vez mais empobrecimento intelectual, cultural, social...

Se economicamente o país mostra sinais de crescimento, como se sustentará assim com seu povo mergulhado na ignorância? Fortalecer a casca sem fortalecer o conteúdo é sinal de incompetência ou de má fé dos gestores, e o fracasso é só uma questão de tempo.

Uma simples palavra escrita de forma errada pode mudar todo o sentido de uma frase, e pode trazer sérios prejuízos para qualquer cidadão, seja ele comum ou ilustre, ou até mesmo para um país inteiro.

Ah! A vasculhada na web à que me referi no primeiro parágrafo, postarei a seguir.

Um comentário:

  1. muito bem escrito,concordo plenamente,tem muito jornal e revista aí precisando do seu talento e das suas consideraçôes precisas.Parabéns!!Dá prazer de ler!

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