11 de fev. de 2011

Vocação para o serviço público... (Parte III)

Esta postagem está relacionada à uma homônima, anterior. Mas se vc não quiser ir até lá, antes de mais nada cabe este registro:
Há raríssimas e heróicas exceções de servidores públicos que  atuam com a dignidade que deles se espera, dentre os quais incluo pessoas de meu relacionamento pessoal e que conheço bem, e pessoas estranhas das que já pude presenciar os serviços ou utilizar deles.

Sexta-feira, 11/02, num hospital público carioca.
A médica abre a porta, e chama pacientes pelo nome:
- Fulano!
(Silêncio)
- Cicrano!
(Silêncio)
- Beltrana!
(Silêncio)
- Ué, ninguém veio para a consulta?
Outras pessoas que estavam ali para consulta com outro médico, disseram:
- Chegaram algumas pessoas há algum tempo, mas viram esse papel aí na porta e foram embora.
A medica lê um papel preso à porta, pelo lado de fora, que informava que não haveria atendimento "hoje", sem especificar a data.
-Mas isso aqui foi de quarta-feira. Eu passei mal e não pude vir!
Arranca o papel e diz às pessoas:
- Se chegar alguém, peça para esperar um pouco, vou à direção e já volto, está bem?

Após algum tempo ela retorna, e conversa novamente com as pessoas (mas eu não prestei atenção); e não a vi mais.

Meia hora depois, chega uma paciente com o filho pequeno, e recebe a informação das pessoas que convesaram com a médica de que "a Dra. já foi embora".
- Como assim?! Estou dentro do horário da consulta marcada e ela já foi embora?! O menino está com dor de ouvido! Que falta de responsabilidade, eu vim de longe!
E vai embora sem atendimento.

Tristeza...

4 comentários:

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  3. Edu,

    os três episódios que vc relatou são absolutamente revoltantes e mostram o descaso e a irresponsabilidade com que certos profissionais se comportam.

    Só não concordo quando vc "generaliza" como sendo "vocação para o serviço público", colocando no mesmo patamar profissionais corretos e profissinais desidiosos...

    Não concordo com isso primeiro porque existem muitos profissionais diligentes no serviço público (como há na iniciativa privada); segundo porque, há na iniciativa privada muitos profissionais relapsos (como há no serviço público); terceiro porque muitas vezes esse profissional da Administração Pública está ali recebendo um salário pelo qual jamais um empregado do setor privado trabalharia (e isso é um problema político - remuneração dos servidores públicos); e em quarto lugar, por respeitar a importância que os servidores públicos têm no atendimento às necessidades da população, sendo forma de instrumentalização dos direitos e garantias constitucionalmente "asseguradas" pelo Estado.

    Problemas, concordo, existem e são enormes: profissionais qualificados (selecionados por concurso público), mas que são desestimulados, mal remunerados e desvalorizados (o que pode ser uma explicação para a postura dos profissionais com os quais vc teve o desprazer de cruzar); falta de uma política de valorização (e remuneração adequada) dos profissionais pelo Estado; falta de uma política de supervisão pelos órgãos de controle; enfim... explicações existem muitas...

    Todas explicam, mas não justificam.
    Mas acho que o foco não é o profissional (que está na ponta da cadeia), mas o Estado, o Poder Público. Será que o nosso Estado tem "vocação para o serviço público"?

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  4. Ju, não generalizei. Talvez tenha deixado de mencionar as "raríssimas e heróicas exceções" em todas as postagens da série, como o fiz na primeira (esta que vc comentou foi a terceira). Mas considero este servidores como aqueles que têm a verdadeira vocação, a de cumprir com seu dever, independentemente do quanto quanham ou trabalham; e caso se considerem injustiçados ou não concordem com o modus operandi, são capazes de buscar o que desejam de forma ética; ou até mesmo de deixarem o funcionalismo publico (sim, conheço quem tenha feito isso).
    Dentro dessas exceções incluo pessoas queridas - como você -, e pessoas estranhas que vi (vejo) atuarem com a dignidade que delas se espera.
    E também sei, por experiência própria e pelo que presencio no meu dia-a-dia, que existe gente profissionalmente relapsa ou despreparada trabalhando em empresas privadas, de todos os tamanhos; muitas delas, bem pagas.
    E uma coisa não podemos esquecer: toda organização é formada pelas pessoas que nelas estão, e para mim, essa cadeia não tem pontas; todos são responsáveis, embora ela comumente reflita a imagem daqueles que estão no comando.

    Vou incluir o "raríssimas e heróicas exceções" em todas elas para evitar mal-entendidos. E salvar minhas preciosas amizades! Rsrsrs

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