15 de nov. de 2007

É Proibido proibir?

Dia desses o Prefeito de São Paulo proibiu o barulho nas feiras-livres daquele município. Fiquei pensando se ele não tinha mais nada para fazer. E concluí que tem. Não só ele, mas todos os prefeitos e representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário deste país, além, claro, da própria sociedade civil: ampliar as listas de proibições. Eu começo, dando minhas humildes sugestões...

Fica PROIBIDO desde já:

Faltar escolas e professores para quem queira e precise estudar;

Faltar unidades de saúde a quem precise e queira se tratar;

Deixar escolas e unidades de saúde em precárias condições de uso;

Pagar salários ínfimos a profissionais das áreas de educação e saúde.

Faltar medicação para quem precisa e não pode pagar;

Faltar moradia digna para quem precisa, mas não pode pagar;

Faltar saneamento básico em qualquer lugar;

Faltar alimentação para quem precisa e não pode comprar;

Faltar transportes de massa eficientes para quem precise;

Deixar predominar o caos no trânsito;

Faltar oportunidades de trabalho a quem precise, queira e possa trabalhar;

Faltar assistência de qualquer nível a aposentados e aos incapacitados;

Cobrar altos tributos a quem possa e queira gerar oportunidades de trabalho;

Deixar a população carcerária sem ocupação -digna- que lhe permita, no mínimo, o próprio sustento enquanto dure o período de reclusão;

Permitir a entrada de contrabando e drogas nas nossas fronteiras;

Deixar policiais serem atacados nas ruas ou mesmo em suas casas pelo crime organizado;

Pagar salários ínfimos a policiais;

Deixar a população com medo da violência urbana.

Aos reconhecidamente corruptos, chegar, permanecer ou voltar ao poder;

Aos que de alguma forma lesaram os cofres públicos, ficar sem punição exemplar;

Os cofres lesados ficarem sem a devida reposição do montante desviado ou mal utilizado;

Deixar estes cofres sem controle e fiscalização permanentes;

Deixar de se fiscalizar o que deve ser fiscalizado;

Deixar de se punir o que deve ser punido;

Deixar de se cumprir o que deve ser cumprido.


Acho que ainda falta muita coisa... mas também tenho mais o que fazer!

(Abril de 2007)

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