Incrível como os números podem esclarecer tanto! Fiz até uma comunidade homônima no Orkut.
A região de Jacarepaguá, embora detentora de significativa participação econômica e eleitoral em âmbito municipal, não recebe um tratamento proporcional à sua participação no desenvolvimento desta cidade maravilhosa; cada cidadão envolvido de alguma forma com os bairros que compõem esta região deve se perguntar sobre o que é necessário fazer para reivindicar uma participação mais justa de Jacarepaguá junto à Prefeitura do Rio de Janeiro. A população da região, composta por 11 bairros -Anil, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Jacarepaguá, Pechincha, Praça Seca, Tanque, Taquara e Vila Valqueire- é de 507698 habitantes; é a terceira maior região empregadora e, em volume de negócios, a segunda maior arrecadação da cidade, perdendo apenas para a região do Centro da Cidade, estando bem à frente das regiões da Zona Sul (8ª posição) e Barra (9ª posição).
Em termos de desenvolvimento humano, ocupa a 6ª posição (IDH=0,844), considerado médio-alto.
Na década de 90, Jacarepaguá acumulou um crescimento populacional de 16% (cerca de 80 mil novos habitantes), superada apenas pelas Regiões da Barra (44%) e de Campo Grande (22%).
(Nota: O município do Rio de Janeiro é dividido em 12 regiões, conforme seu Plano Estratégico. Cada uma das regiões é composta por bairros da cidade. Saiba mais em www.rio.rj.gov.br).
Os números aqui apresentados comparativamente às demais regiões não visam desmerecê-las de forma alguma. Como também não é nossa intenção ofender ou denegrir a imagem do que ou de quem quer que seja, mas tornar mais clara a compreensão do tratamento "diferenciado" dispensado pela Prefeitura à nossa região. Importante frisar que estes números provêm do website da própria Prefeitura, podendo ser acessados por qualquer cidadão.
Trânsito
Jacarepaguá não é “longe pra caramba”, só é mal servida de transportes públicos e seu trânsito está cada vez mais caótico já que, somados aos problemas “normais”, impera a má educação dos condutores de veículos. Minha sugestão para os planejadores do tráfego é que passem um dia útil percorrendo as ruas, ora como motoristas, ora como pedestres, para que possam realmente sentir os problemas.
Saneamento
A infra-estrutura de saneamento está cerca de 40 anos atrasada; tempo que a galeria de águas pluviais, com suas estreitas manilhas de barro, recebe o esgoto sanitário na Estrada Rodrigues Caldas, cujas unidades comerciais, industriais e residenciais aumentaram -em muito- nos últimos 20 anos, provocando pequenos mas sucessivos entupimentos e transbordamentos.
Na Estrada dos Três Rios, quando chove mais forte, forma-se uma imensa poça de água e esgoto em frente à Passarela da Freguesia, local de grande movimentação de veículos e pedestres.
Cultura,Esporte e Lazer
Como outras regiões bem servidas e tratadas da cidade, a gente também quer cultura, diversão e arte. E esporte. Não por vaidade, mas pela importância no resgate e manutenção da cidadania e formação de conceitos e opiniões que podem ser conseguidos através do acesso aos bens culturais e do esporte, chegando mesmo a ser a "tábua de salvação" para muitos jovens, resgatando-lhes a identidade. Temos notícias diariamente na mídia de ações sociais envolvendo cultura e/ou esporte que direta ou indiretamente contribuem para a redução da criminalidade. Pode ser pouco, mas, multiplicadas estas ações, o pouco se torna muito.
Segundo informação no site da Prefeitura, "A cultura aparece em 3º lugar nas pesquisas de necessidades das comunidades das Zonas Norte e Oeste." Estamos na Zona Oeste. Então...
Vamos aos números:
Há 1 Biblioteca Popular. Zona Sul e Centro têm 3 cada uma; Tijuca/Vila Isabel, Grande Méier, Leopoldina, Campo Grande, e Irajá têm 2 cada uma;
Há 1 museu (Museu Bispo do Rosário, na Colônia Juliano Moreira) e 1 Centro cultural (Profa. Dyla Sylvia de Sá), cujas atividades são praticamente desconhecidas da população da Região, seja por atividades pouco expressivas, seja pela falta de atenção da mídia, ou ambos; já na região da Zona Sul, há pelo menos 7 Centros culturais/Museus; na Região Centro, 6, e na Região Campo Grande, 4, incluídas 2 Lonas Culturais;
Teatros, não há nenhum; nem privado, nem administrado pelo Município.
Quanto à festivais, shows etc. promovidos ou apoiados pela Prefeitura, não contamos com nenhum de expressão que promova o orgulho da população do bairro: nem palcos para o REVÉILLON, que só ocorrem nas praias, nem queima de fogos, como ocorre na Penha.
Esportes e lazer:
O TAI CHI CHUAN NAS PRAÇAS, promovido pela Prefeitura, acontece na Praça do barro vermelho, entre o Tanque e o largo do Pechincha. Na Zona Sul o mesmo evento acontece em 4 praças; no Centro, em 2; em Bangu, em 3 praças; em Irajá, em 2.
Várias regiões já têm vilas olímpicas funcionando há anos, algumas com duas vilas. O projeto da de Jacarepaguá, ainda está sendo elaborado, embora o local esteja há anos reservado. Em compensação, o Parque Olímpico do Rio (em construção no Autódromo, para os Jogos do Pan) talvez seja uma alternativa para a população da região, em um prazo mais curto e real.
No website da Prefeitura podem ser lidas notícias relativas ao bom resultado obtido com os jovens participantes das vilas olímpicas, entre outras notícias relevantes.
Fontes: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro 1993/1995, IPP; Atlas Escolar da Cidade do Rio de Janeiro 2000; Armazém de Dados, IPP/2003.
Nota: No último dia 18 de setembro finalmente foi inaugurada a Lona Cultural Jacob do Bandolim, na “praça do vermelho”, entre o Tanque e o Pechincha, e a Vila Olímpica do mato Alto já está com obras adiantadas.